sábado, 1 de janeiro de 2011

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Garrafas de plástico podem ser usadas para melhorar pavimentos e evitar inundações

06/12/2010

Do site The Economist

Algumas vezes, uma solução comum pode ser encontrada a partir de dois problemas aparentemente sem nenhuma relação entre si. Um exemplo disso é o caso das formas possíveis de aproveitamento das garrafas de plástico. Naji Khoury, da Universidade de Temple, na Filadélfia, propõe uma alternativa para transformar o plástico em uma substância similar ao cimento que oferece vantagens em relação aos materiais usados atualmente em pavimentações.

Esse plástico usado na pesquisa, conhecido como PET, é comumente usado em garrafas de bebidas e alguns tipos de embalagens. Mais de 15 milhões de toneladas desse material foram produzidos em 2009. Itens feitos com PET geralmente contêm somente um tipo de plástico, o que o os torna mais fáceis de reciclar. Esse plástico é separado por cores, limpo e cortado em pequenos pedaços. A demanda por ele, no entanto (para a fabricação de objetos como tecidos e tapetes), não excede a oferta, o que faz com que muitas garrafas sejam jogadas no lixo comum. 

A proposta de Khoury é aquecer os pequenos pedaços de PET e misturá-los com minerais e argila do solo. Ele chama o resultado dessa mistura de “Plastisóleo” (são necessários 30 mil garrafas para produzir uma tonelada da substância). Quando adicionado com pedras usadas em fundações de estradas e prédios, ele forma um material similar ao concreto ou ao asfalto.

Um teste inicial com o “Plastisóleo”, como parte do pavimento da universidade, obteve sucesso. Agora, os pesquisadores estão procurando formas de tornar o produto comercialmente viável. Eles acreditam que a substância poderá ser uma opção para uso em calçadas, ciclovias e pátios de estacionamento – e, com mais desenvolvimento, estradas. Segundo Khoury, o custo do “Plastisóleo” é similar ao do concreto ou do asfalto, com a vantagem do seu material ser fabricado em um processo que demanda menos energia que os outros dois.

Além disso, o “Plastisóleo” teria a vantagem de ser poroso. Em locais de grandes áreas pavimentadas, o excesso de chuvas pode causar alagamentos. Se a água puder escorrer pelo pavimento, o risco disso acontecer é menor, daí uma das principais vantagens do “Plastisóleo”.

A porosidade do material também levou os inventores a avaliar se ele pode funcionar como um filtro, retendo poluentes como o óleo levado para o solo pela água da chuva.  E ele poderia ser ainda mais eficaz nesse papel, se associado com substâncias que ajudam a tratar hidrocarbonetos. Usando uma potencial forma de desperdício para lidar com outra seria uma espécie de “ciclo do bem”. Uma espécie de combater o fogo com o próprio fogo.

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