sexta-feira, 30 de abril de 2010

uma reflexão importante

Por João Pedro Stedile
 
Os cientistas advertem: quando o aumento chegar a 3% na média mundial da temperatura, podemos ter a inviabilidade da vida humana em muitas regiões e a destruição de várias cidades litorâneas. Mas nada disso comove os capitalistas. A indústria de automóvel, o agronegócio, o consumo de carne, o desmatamento, os gastos militares, as guerras e o consumismo individualista continuam crescendo, esgotando as reservas naturais e desequilibrando o meio ambiente.
 
A Rio-92 e a recente Conferência da ONU em Copenhague não tiveram êxito e a de Cancún, convocada para novembro de 2010, também está fadada ao fracasso. Diante dessa grave situação, o governo boliviano de Evo Morales, movimentos ambientalistas,  a Via Campesina, outros governos progressistas e cientistas estão convocando uma cúpula mundial dos povos, de 19 a 22 de abril, em Cochabamba, com mais de 5 mil delegados de todo o mundo.
 
Vamos discutir a natureza dos problemas e as medidas necessárias para atingir as suas causas. Estaremos também debatendo a realização de um grande plebiscito mundial, em que os movimentos sociais ambientalistas e governos progressistas serão convocados a organizar um trabalho pedagógico de debate e finalmente de consulta para que a população se manifeste e vote sobre quatro temas fundamentais na atual conjuntura.
 
O primeiro tema é quem são os culpados pelo desequilíbrio ambiental e quem deve pagar a conta pelo seu restabelecimento.
 
João Pedro Stedile é membro da coordenação nacional do MST e da Via Campesina Brasil
 
Para ler o artigo completo e outras reportagens confira a edição de abril da revista Caros Amigos, já nas bancas, ou clique aqui e compre a versão digital da Caros Amigos.

Veja que excelente reflexão sobre a questão do lixo e a educação.

LIXO E EDUCAÇÃO

quarta-feira, 28 de abril de 2010

poder irracional de destruição

Autora: Gilssara Aparecida de Oliveira Silva.

Deste os primórdios da humanidade, o homem vem progredindo na sua insaciável sede de poder, de mostrar ao outro quem manda mais, quem pode mais, quem tem mais poder. Se pararmos para refletir sobre a nossa história, veremos as atrocidades, que nós, seres humanos, racionais, somos capazes de cometer, só para defender os nossos ideais.

Um grande exemplo desta capacidade, egoísta (e desmerecedora de qualquer honra), para aniquilar inocentes visando poder, é o da Bomba Atômica que atingiu Hiroshima em 06 de agosto de 1945, e Nagasaki em 09 de agosto de 1945, matando milhares de pessoas, e deixando a humanidade atônita diante da severa crueldade da própria raça humana.

Apesar de estar vivendo em um tempo de guerra, de medo e de destruição, os japoneses não imaginavam que milhares de vidas seriam dizimadas naquela manhã, daquela forma, uma vez que as Bombas Atômicas foram lançadas sobre alvos civis, e não sobre alvos militares, as pessoas nem tiveram chance de se defender. É certo que naquele momento, entraríamos em uma nova era, na qual a existência humana estaria ameaçada, por uma criação do próprio homem.

E isto só deixa mais clara a idéia de que não foi um combate, foi um extermínio sem chance de defesa. Uns dizem que os Estados Unidos queriam mostrar o seu poder bélico para a antiga União Soviética, outros dizem que os americanos, só agiram, pois o Japão estava demorando demais para render-se, mas o mais certo, é que os americanos queriam mostrar a grande potência que eram, mostrar que as pessoas deveriam temê-lo, deveriam render-se a sua magnitude.

No entanto ambos os lados agiram inconseqüentemente, uma vez que se de um lado, o presidente estadunidense agiu de forma absurda, do outro lado o Imperador japonês não se rendeu, colocando em risco a vida de milhares de pessoas, e lutando para defender o seu orgulho, que mais tarde seria chamado de interesse político e econômico.

Não há dúvida de que não houve errados ou certos na II Guerra Mundial, mas sim um entrelaçado político, onde cada um defendeu seu interesse. E que ambos os blocos cometeram barbaridades, lutando por seus objetivos, vencendo ao final o mais forte, o mais cruel. E quem perdeu toda a guerra, foram as vítimas, pessoas estas que nem sabiam usar uma arma, civis inocentes, parentes dos soldados americanos mortos em Pearl Harbor, vítimas mortas instantaneamente pela Bomba Atômica, ou por sua radiação que ficou dias no ar de Hiroshima e Nagasaki.

E este é só um exemplo, do poder de destruição do homem, uma vez que se explodisse a III Guerra Mundial, este artigo nem teria sido publicado. Pois como disse Albert Einstein, quando foi questionado acerca das armas que seriam utilizadas em uma possível III Guerra Mundial: “Não sei com que armas a III Guerra Mundial será lutada, mas a IV Guerra Mundial será lutada com paus e pedras”.
Sobre o Autor
Gilssara Ap. de Oliveira Silva é acadêmica do 5º. ano do curso de Direito da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - UEMS - Unidade de Paranaíba - MS.


BRASIL LIDERA DESMATAMENTO

Veja a situação do Brasil em relação ao desmatamento.

TURISMO E SUSTENTABILIDADE.

VEJA ESTA AÇÃO NO SENTIDO DE GARANTIR TURISMO E SUSTENTABILIDADE

UMA LEITURA SOBRE A SITUAÇÃO DA CAATINGA NO CEARÁ

leia

ECOCARROS

Veja esta reportagem sobre ecocarros

terça-feira, 27 de abril de 2010

DE NOVO O ESTALEIRO

Artigo

Estaleiro, uma questão de visão

Marcelo Silva
26 Abr 2010 - 01h56min

Todo ser humano tem sua visão de mundo fruto de seu modelo mental. Nosso DNA e a cultura que nos abraça consolidam valores, conceitos e premissas, que formam a consciência pela qual percebemos a vida. Júlio Torres (UFC) apresenta três visões de mundo: a mecanicista, que desde o século XVII, é caracterizada pelo racionalismo científico; a econômica, que se consolida com o surgimento da tecnologia da informação e com o mercado se agregando à máquina; e a visão complexa, surgida dos pensamentos de Albert Einstein, Fritjof Capra e da descoberta do DNA.

Na contemporaneidade, a visão complexa e a ecologia profunda nos levam à sustentabilidade no seu sentido da preocupação com a vida das futuras gerações. O pensamento complexo deve ser a referência maior para a análise de projetos que se dizem sociais e inovadores. Essa apreciação se aplica à análise das cidades e à compreensão de sua evolução e gestão urbana.

A partir do modernismo, grandes obras arquitetônicas visaram a revitalização dos centros antigos e das orlas urbanas de cidades. Hoje, algumas das principais características das grandes cidades é a desindustrialização e a horizontalização, que fez surgir as periferias. Contraditoriamente, as gestões públicas não priorizam o gerenciamento e o planejamento urbano.

Fortaleza tem que acompanhar a tendência mundial das cidades avançadas, fortalecendo o turismo e a atividade de entretenimento e abrigando indústrias de crescimento rápido e não poluidoras.

A proposta de implantação de um estaleiro na sua orla marítima é consequência de uma visão econômica equivocada e já ultrapassada, na forma de condução do processo e na essência da indicação. Neste momento seria recompensador que a Prefeitura reconhecesse a ausência de um planejamento urbano à altura de Fortaleza e ressurgisse o órgão de planejamento urbano, o Iplam. Ele seria o espaço na estrutura organizacional para definir uma política de desenvolvimento urbano sustentável para hoje e para o futuro da capital de todos os cearenses.


MARCELO SILVA
Arquiteto urbanista e presidente do PV-CE

  • Linkar essa matéria ao Rec6

UMA REFLEXÃO QUE MERECE SER APROFUNDADA

NATUREZA

A erupção de um vulcão na Islândia deixou os aviões, na Europa, literalmente no chão. O homem não pode controlar as forças da natureza! Temos que aceitar a nossa dependência da Mãe Natureza. Chuvas, tempestades e terremotos não são controlados pelos computadores dos homens. Então é conviver com as intempéries e ser humilde diante da grandeza das forças naturais. Se nos rebelamos e poluimos a natureza certamente haverá a resposta das forças que dominam o planeta Terra. Saber conviver com a natureza é sinal de responsabilidade. Somos filhos da Mãe Terra. Não a destruamos!
Paulo Girão
Fortaleza-CE

publicado no Jornal o povo de 26 de Abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

MANIFESTO PELO PLANETA

Nosso Manifesto pelo Planeta ...
Autor: FRANCISCO DJACYR SILVA DE SOUZA - PUBLICADO NO www.artigos.com

“ Somos cidadãos e como cidadãos sabemos quão forte é a concretização da cidadania ambiental planetária para que o mundo seja melhor para todos indistintamente.


Sabedores disto nos propomos a agir sempre na lógica da sustentabilidade , verificando nossos ações cotidianas e procurando sempre desenvolver atitudes coerentes com nossa terra para o bem de todos os seres que nele vivem e para o bem do ambiente

Nossa luta é pela manutenção da vida.

Acreditamos em nosso poder de criação.

Sabemos que podemos mudar nossa atitude, para o bem do planeta e de nós próprios.

Buscamos o compromisso de fazer deste planeta um mundo de paz tanto ambiental como nas relações entre os homens.

A luta pelo ambiente digno e equilibrado é de nós todos cidadãos da grande nave – mãe terra substrato da vida e da certeza de sobrevivência.

Buscaremos sempre a cidadania , a luta ética e a concretização da sustentabilidade.

Planeta Terra , 01 de Agosto de 2009 - Trecho da Cartilha Temática do Projeto Escola Ambiental Aprendizes da Natureza - Faculdade Integrada do Ceará
professor, mestre em educaçao, escritor do livro PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE UMA AÇÃO DE CIDADANIA.Estou no twitter. twitter.com./PROFDJACYR

soluções energéticas

LEIA ATENTAMENTE

quinta-feira, 22 de abril de 2010

22 DE ABRIL - DIA DA TERRA

Terra

Caetano Veloso

Composição: Caetano Veloso
Quando eu me encontrava preso
Na cela de uma cadeia
Foi que vi pela primeira vez
As tais fotografias
Em que apareces inteira
Porém lá não estavas nua
E sim coberta de nuvens...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...
Ninguém supõe a morena
Dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema
Mando um abraço prá ti
Pequenina como se eu fosse
O saudoso poeta
E fosses a Paraíba...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...
Eu estou apaixonado
Por uma menina terra
Signo de elemento terra
Do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza
Terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...
Eu sou um leão de fogo
Sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente
E de nada valeria
Acontecer de eu ser gente
E gente é outra alegria
Diferente das estrelas...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...
De onde nem tempo, nem espaço
Que a força mãe dê coragem
Prá gente te dar carinho
Durante toda a viagem
Que realizas do nada
Através do qual carregas
O nome da tua carne...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...
Na sacada dos sobrados
Da velha são Salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia
Faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito...
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

reflita sobre esta música

Purificar o Subaé

Caetano Veloso

Composição: Caetano Veloso
Purificar o Subaé
Mandar os malditos embora
Dona d'água doce quem é?
Dourada rainha senhora
Amparo do Sergimirim
Rosário dos filtros da aquária
Dos rios que deságuam em mim
Nascente primária
Os riscos que corre essa gente morena
O horror de um progresso vazio
Matando os mariscos e os peixes do rio
Enchendo o meu canto
De raiva e de pena

terça-feira, 20 de abril de 2010

DESLIZAMENTOS - O PERIGO EM FORTALEZA

Jornal OPOVO de hoje faz uma reportagem sobre o perigo de deslizamento em áreas de risco na Grande Fortaleza. Uma discussão que merece ser ampliada.
Veja a reportagem

segunda-feira, 19 de abril de 2010

DIA DE ÍNDIO????


TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO
( Jorge Benjor)

Curumim chama cunhata que eu vou contar
Cunhata chama curumim que eu vou contar
Curumimmm, Cunhataaaa
Cunhataaaaa, Curumimmm
Antes que os homens aqui pisassem nas ricas e férteis
terras brasilis
Que eram povoadas e amadas por milhões de índios
Reais donos felizes da terra do pau Brasil
Pois todo dia e toda hora era dia de indio
Mas agora eles tem so um dia
Um dia dezenove de abril
Amantes da pureza e da natureza
Eles são de verdade incapazes
De maltratarem as fêmeas
Ou de poluir o rio, o céu e o mar
Protegendo o equilibrio ecológico
Da terra, fauna e flora pois na sua história
O índio é exemplo mais puro
Mais perfeito, mais belo
Junto da harmonia, da fraternidade
E da alegria, da alegria de viver
Da alegria de amar
Mas no entanto agora
O seu canto de guerra
É um choro de uma raça inocente
Que já foi muito contente
Pois antigamente
Todo dia era dia de índio


DESLIZAMENTOS - O PERIGO EM FORTALEZA

Jornal OPOVO de hoje faz uma reportagem sobre o perigo de deslizamento em áreas de risco na Grande Fortaleza. Uma discussão que merece ser ampliada.
Veja a reportagem

UMA BOA REFLEXÃO...

A mecânica das águas
Escrito por Léo Lince   
15-Abr-2010
 
Por acaso, azar ou ironia do destino, o presidente Lula estava no Rio de Janeiro quando o manto da tragédia envolveu a cidade. Tinha vindo para o de sempre (sapatear em palanques), mas a fúria dos elementos naturais estragou-lhe a festa. As obras que veio inaugurar estavam inundadas e, no calvário imenso da comoção coletiva, reduzidas à sua diminuta condição de vitrine.
 
Diante da reversão de expectativas, o presidente, constrangido, deu entrevistas ao lado do governador Cabral, desarvorado. Um jogral de impropriedades, um gravame a mais no doloroso momento. Culparam a chuva e a natureza. Todos sabem que as encostas e as montanhas, o mar e as marés, as águas de março que fecham o verão, são componentes perpétuos da cidadela de São Sebastião. Culparam os governos anteriores.
 
No caso do Lula, o governo federal anterior é o dele mesmo, e o clã dos garotinhos não governaria o Rio sem o seu apoio decisivo. E, suprema ignomínia, culparam as vítimas.
 
O governador Cabral teve o desplante de afirmar que a multidão de miseráveis segregados em áreas de risco, como já dissera antes que mãe favelada é matriz de bandidos, lá estão por serem portadores de "ímpetos suicidas".
 
São outras as causas da tragédia. Não se trata de castigo de Deus, obra da natureza, nem culpa das vítimas. Um estudioso, o professor Luiz César Ribeiro, coordenador do Observatório das Metrópoles, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmou categórico: "a tragédia do Rio é fruto da gestão urbana equivocada". Segundo ele, "os governantes são comandados por elites que se orientam por uma concepção gerencial que pretende tratar as cidades como se fossem empresas".
 
O diagnóstico dos problemas e as equações capazes de solucioná-los estão ao alcance da mão em nossos centros de excelência em pesquisa. Se não rende lucro rápido aos magnatas da especulação imobiliária, que são também grandes financiadores de campanhas eleitorais, o projeto não sai da prancheta.
 
A outra faceta da nossa sereníssima República, que começou mal em Canudos e segue assentada sobre a mais brutal desigualdade, é a força insuspeitada do povo diante da dor indizível. Em fração de segundos a servidão se transfaz em grandeza. Cava a terra com as mãos para salvar os vizinhos e abre clareiras de luz para a solidariedade comunitária.
 
É antes de tudo um forte, como o sertanejo de Euclides da Cunha. Aliás, o cenário da tragédia em tudo nos faz lembrar os sertões de Euclides e Antonio Conselheiro. O termo "favela" nos veio de Canudos. As primeiras ocupações em nossas encostas, feitas por recrutas desmobilizados e abandonados ao Deus dará, resultaram do rescaldo daquela guerra contra a pobreza criminalizada.
 
A nossa metrópole, urbe monstruosa, também é uma "Tróia de taipa", onde a maioria excluída continua a padecer no vale de lágrimas. No essencial, tudo segue no mesmo diapasão. A miséria material em que vive a maioria e a miséria moral dos governantes são o verso e reverso da mesma medalha. Dimensões distintas do mesmo mar de lama posto em destaque pela mecânica das águas.
 
Léo Lince é sociólogo.
 
RETIRADO DO SITE www.correiocidadania.com.br

QUAL A RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E POBREZA

Onde dormirão os pobres?




Maria Clara Lucchetti Bingemer *

Adital -
Nunca esquecerei onde estava naquela segunda-feira quando o mundo pareceu desabar. De vestido longo, indo para a posse na Academia Brasileira de Letras da queridíssima Cleonice Berardinelli. Não havia táxis e quando se encontrou um, foi preciso enfrentar vários rios de lama e enxurradas de pedras para chegar à Academia. Pior ainda foi voltar para casa, façanha só compensada pelo prazer que foi escutar a fala impecável e refinada de Cleonice com sua voz que parece música. Entrar sob um teto seguro e dormir em cama seca foi experiência de alívio até acordar na manhã seguinte com o telefonema angustiado de uma aluna que me dizia não poder sair de casa para ir à universidade fazer a prova. Foi então que a televisão começou a mostrar a sucessão de horrores em que se transformou minha cidade, meu estado, meu povo, minha gente. Em um mar de água, lama e pedras, gente se misturava à enxurrada, pobres corpos arrastados pela força das águas juntamente com tábuas, sofás, geladeiras, televisões, bichos de pelúcia, tristes destroços do que antes eram vidas de pessoas como eu.
Na telinha se sucediam autoridades desorientadas, que alternavam conselhos desorbitados para as pessoas deixarem imediatamente suas moradias com considerações inconsequentes sobre as causas da tragédia, sempre culpando os moradores. Como tiveram a ideia de construir seus barracos em semelhante despenhadeiro? Por que insistiam em morar ali? A troco de que não se haviam mudado para outro lugar? Depois começou o circo patético das acusações mútuas, o presidente responsabilizando o governador, o governador jogando a culpa para o prefeito, o prefeito olhando em volta e não tendo a quem culpar e culpando os moradores.  Aos meus ouvidos voltava e voltava, como um refrão doloroso, o título de um já antigo livro do teólogo peruano Gustavo Gutiérrez: "Donde dormirán los pobres?" Onde dormirão todas as pessoas que da noite para o dia perderam tudo o que possuíam, inclusive o teto que levaram uma vida inteira para ter? Foram enviados para abrigos, escolas, hospitais, creches. Mas..., e depois? Quando a chuva passar, quando todo mundo esquecer, quando as encostas voltarem a ser ocupadas porque não há chão, não há teto, não há terra, não há justiça... onde dormirão os pobres?
Onde dormirá o pequeno Vinicius, de oito anos, para que não morra soterrado enquanto joga videogame sem sequer se dar conta da avalanche que lhe vem por cima? Onde dormirá a telefonista Natalia, que falava ao celular com o namorado até dizer o que foi, sem ela saber, seu testamento: "Está caindo tudo aqui. Caiu tudo." Onde dormirá o filho de seis anos de Verônica, de quem os jornais imprimiram o rosto desarvorado diante das águas que o levaram sem que ela pudesse agarrá-lo por um dos braços? E a esposa e filha de Leonardo, estudante de Engenharia que, ao despertar com a lama caindo sobre seu corpo, procurou por elas e já não as encontrou?
Todos eles e elas dormem agora debaixo de muitas camadas de terra, lixo e lama. Ou estão nas gavetas do Instituto Médico Legal, esperando que parentes vão reconhecê-los para dar-lhes sepultura. Como eles, muitos outros. São mais de 200 os mortos no Rio de Janeiro, vítimas da tragédia mais que anunciada, que já virou tradição anual das águas de março que este ano vieram mais tarde, em abril, e mais violentas, carregando morro abaixo sonhos, vidas e muito mais.
É fácil culpar os pobres, acusando-os de ignorância e imprudência. Mais ainda: de teimosia por insistir em construir suas casas em terrenos perigosos. Mais fácil ainda culpar os mortos. Todos concordamos que um lixão com toneladas de dejetos não é solo firme nem adequado para se construir habitações onde seres humanos vão morar. Porém quando é a única alternativa e ninguém oferece outra, o que se faz? Ocupa-se o solo que se apresenta, mesmo que seja um lixão. Os pobres não são geólogos nem urbanistas. Vivem em tal precariedade que sua unidade de tempo é o minuto. Com o minuto contam e sobre o minuto presente constroem o pouco que a vida lhes oferece. E em um minuto igualmente perdem tudo, o pouco que tinham, e, sobretudo, as vidas que lhes eram caras e preciosas. E com tenacidade sobre-humana se dispõem a recomeçar do zero, com dor redobrada, perdas incalculáveis e teimosa esperança.
Não, senhores, os pobres não têm culpa de estar no lugar errado no momento errado. A responsabilidade é de sucessivos governos que há mais de quatro décadas acompanham o efeito devastador das chuvas de final de verão em uma cidade cheia de encostas cada vez mais ocupadas por moradias populares e que este ano recebeu uma carga de precipitações de proporções nunca vistas. Como são pobres pode ser adiada a solução? Como não contam nas estatísticas, suas vidas podem estar em risco permanente?
O Cristo Redentor chora sobre a Cidade Maravilhosa como naquele tempo sobre a Jerusalém assassina de profetas. Vê vidas destroçadas, famílias enlutadas, comunidades inteiras destruídas. Seu olhar compassivo se comove vendo os barracões de zinco pedindo socorro à cidade que se espalha a seus pés.
Os movimentos de solidariedade angariam e distribuem donativos por toda parte. A população não fica indiferente. Mas não basta. É urgente uma solução permanente. Há que repensar urbanisticamente o Rio de Janeiro. Há que redesenhar com inteligência e cuidado a ocupação de suas encostas. E isso é solução em médio e longo prazos. Não ‘a toque de caixa’ em ano eleitoral com ritmo eleitoreiro. São vidas, muitíssimas, que estão em jogo. Não é brincadeira.
Enquanto não se refletir sobre esta estratégia urbana e, sobretudo, não forem tomadas providências sérias, ficará sem resposta a grave e profunda pergunta lançada por Gustavo Gutiérrez: "Onde dormirão os pobres?" Tomara que enquanto esta pergunta ressoar sem resposta, nenhum de nós consiga repousar a cabeça no travesseiro e dormir.
[ Autora de "Simone Weil - A força e a fraqueza do amor" (Ed. Rocco). wwwusers.rdc.puc-rio.br/agape.
Copyright 2010 - MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER - É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. Contato - MHPAL - Agência Literária (mhpal@terra.com.br)].

* Teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio

domingo, 18 de abril de 2010

Veja esta reportagem.

Reportagem na REVISTA PLANETA

CURSO ON LINE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

destruição



 Chineses extinguem vida em lago com 560 kg de pesticida
15 de abril de 2010 10h44 atualizado às 12h19


Camponeses de uma localidade do leste da China mataram deliberadamente, ao jogar na água 560 kg de pesticida, todos os peixes de um lago na província de Anhui, afirmou hoje a agência Xinhua. Com essa atitude, que também afetou as águas de outros lagos e rios nas proximidades, foi extinta toda a vida animal do lago Luojia, de 4 km².
Os camponeses teriam decidido matar os peixes para cultivar plantas aquáticas chamadas euryale, utilizadas na medicina tradicional chinesa e também em jardinagem, como ornamento.
O uso do pesticida também afetou parte do lago Poyang, que fica nas proximidades e tem 22,7 km² de extensão. Analistas dos serviços de pesca provinciais trabalham contra o relógio para evitar que o pesticida contamine outras águas da região.
Se não for detida a contaminação, rapidamente os pesticidas podem atingir 33 km² de áreas aquáticas.
Fonte: Portal Terra.

sábado, 17 de abril de 2010

AGORECOLOGIA EM QUESTÃO

AGROECOLOGIA EM QUESTÃO

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO CEARÁ

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO CEARÁ

REFLEXÕES SOBRE TRAGÉDIAS NO RIO DE JANEIRO

Direito de morar, direito à cidade para os pobres
 
Por Maria Lúcia de Pontes
 
As fortes chuvas que assolaram o Estado nos últimos dias, além de produzir danos irreparáveis para centenas de famílias, que ainda enterram seus mortos, colocaram mais uma vez o direito de morar dos pobres no banco dos réus, em declarações reiteradas do prefeito do Rio de Janeiro.
 
Antes de iniciar uma pequena reflexão sobre essas declarações, gostaria de sugerir algumas indagações:
 
1) As comunidades pobres são as responsáveis pelo desequilíbrio ambiental de nossas cidades?
 
2) Remover é a única solução possível para os assentamentos precários?
 
3) Há programa habitacional do município do Rio de Janeiro que oferece imediatamente terra urbanizada e segura por valores compatíveis com a renda dos pobres?
 
4) Se há programa habitacional regular do município do Rio de Janeiro que garanta processos sérios de reassentamento da população fixada em área de risco comprovado para as famílias, quais os exemplos em que o reassentamento aconteceu?
 
Depois das indagações vamos para as afirmações:
 
A moradia é direito social, reconhecido pela Constituição da República no art. 6º. e em tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário, portanto não podem ser acusados de demagogos os defensores deste direito.
 
Demagogia é ignorar a culpa do poder público na situação em que vivem milhares de famílias nesta cidade, obrigadas a buscar abrigo em áreas irregulares por absoluta falta de opção de acesso a terra urbanizada e segura.
 
Demagogia é falar de remoção compulsória dos moradores dos assentamentos precários, inclusão do nome em lista de espera por moradias em construção, num programa de crédito sem prazos de entrega das casas e oferecimento de três meses de aluguel social como solução habitacional para a ocupação desorganizada do solo, sem considerar a urbanização e execução de obras de infra-estrutura das comunidades consolidadas.
 
A pobreza é culpada de diversos males, tanto é assim que sua erradicação é objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, expresso no inciso III do artigo 3º. de nossa Carta Magna, o que não significa que a culpa pela pobreza seja dos pobres, ao contrário, os pobres são as vítimas, devem ser considerados grupo vulnerável e necessitam de atenção especial dos governantes nos programas de seus governos, para que consigam ultrapassar esta situação que limita o exercício dos direitos.
 
A experiência de mais de 20 anos do Núcleo de Terras e Habitação da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro na defesa das comunidades acusadas, conjugado com estudos sérios neste campo, demonstram as contradições e os equívocos desta tese que está baseada, fundamentalmente, em uma leitura preconceituosa e discriminatória da realidade social, que procura esconder as verdadeiras razões pela degradação ambiental e fixação de tantas famílias em áreas inadequadas na cidade do Rio de Janeiro.
 
Quando as famílias procuram a Defensoria Pública e ingressamos com processos judiciais em que obtemos proteção liminar para que se mantenham em suas casas, buscamos garantir que a administração pública respeite o direito de moradia num procedimento democrático, apresentando laudo técnico produzido com a participação das famílias e que, caso resulte em confirmação de representar a área risco para as famílias, sejam reassentadas em área próxima da comunidade, como determina o art. 429 da Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro e não apenas sendo jogadas nas ruas.
 
Sabemos, ou deveríamos saber que, a única culpa humana que pode ter agravado o resultado dos eventos naturais que assolaram nosso Estado é dos homens que aplicam uma política pública que se preocupa apenas com os negócios, o lucro e a “higienização das cidades”, não destinando as verbas públicas necessárias para a urbanização das comunidades e segurança das moradias dos pobres, reassentando em moradias melhores e de forma adequada as famílias que residem em áreas comprovadamente de risco.
 
Devo consignar por último que, neste momento de imensa dor pela qual passam centenas de famílias, sem casa e sem seus entes queridos: filhos, mães, pais, maridos, mulheres, etc., é cruel demais ainda terem que suportar, nos ombros tão cansados pela dor dos escombros a que estão reduzidas suas vidas, a acusação de serem as responsáveis pelas mortes e devastação da cidade, e como defensora pública preciso exercer minha atribuição constitucional de produzir a defesa integral dos acusados e nesta posição, afirmo convicta de que, estamos diante de vítimas das chuvas e da falta de política habitacional, esta sim, capaz de causar a morte de centenas de famílias!
 
Maria Lúcia de Pontes é defensora pública do Estado do Rio de Janeiro - Núcleo de Terras e Habitação
 
(publicado originalmente no NPC (Núcleo Piratininga de Comunicação)
 

quinta-feira, 15 de abril de 2010

VEJA ESTA EXPERIÊNCIA

Projeto de educação ambiental em arte e educação
Vera Lucia Sasso

Relato de Experiencias Pedagogicas

Titulo: O Voo das Aves Migratorias

Objetivo geral: - Conhecer a historia destes animais seus habitos e habitat, compreendendo assim porque preservar.

Objetivos Especificos:
- Fazer interdisciplinaridade das disciplinas de: Ecologia, Arte, Portugues e Historia a fim de atender diversas habilidades do publico em quest?o;
- Sensibilizar e conscientizar os jovens de que a vida depende do ambiente e o cidad?o deste planeta.

Metodologia
O projeto ?O voo das aves migratorias? foi realizado no ano de 2006. No primeiro contato, foi feita uma explanac?o do projeto com as turmas, atraves de uma conversa com os alunos, sujeitos da pesquisa, para que compreendessem o objetivo do trabalho.

Na segunda etapa, foram apresentadas sugest?es de trabalhos, a fim de que fosse avaliado o interesse pelo projeto. Foram levadas em conta ideias trazidas pelos alunos e selecionado de comum acordo a eleita.

A partir da escolha, foram trabalhados em sala de aula os conceitos referentes ao tema, onde se organizaram em grupos para pesquisas e reuni?es de materiais para a elaborac?o do projeto. Do material pesquisado, foi elaborado um resumo para uma melhor vis?o de como iniciariam o trabalho. A partir disso, optou-se na construc?o de um painel com o desenho do mapa do Brasil, dando destaque para os Estados do Amazonas e Rio Grande do Sul inserido nestes: vegetac?es, historia contada em prosa e aves chegando de outros paises e pousando nas paisagens brasileiras.

A escolha do trabalho e o desenrolar do mesmo dentro do periodo da aplicac?o, permitiu mapear o conhecimento previo dos alunos. Foi pela observac?o do interesse das competencias e habilidades, da construc?o coletiva e resultados obtidos dos alunos em tempos predeterminados, que obtive uma conclus?o do projeto.

Resumo
No Brasil predomina o clima tropical, o que favorece a sobrevivencia e visita de aves de varias partes do mundo tanto do Hemisferio Norte, quanto do Sul.

O Rio Grande do Sul e ponto de encontro da ave fauna, pela sua localizac?o e vegetac?o. Neste litoral do Estado e etapa obrigatoria no processo de movimentac?o de varias especies, especialmente em outono, quando as migrantes dos dois continentes se encontram. A Lagoa do Peixe e o principal refugio para as aves e o unico lugar do Brasil onde se podem observar flamingos o ano inteiro.

As praias, lagos e banhados do Estado ficam povoados de visitantes vindos dos mais diversos pontos, s?o estes: garcas, biguas, cisnes, talha-mares, macaricos, marrecos, batuiras, trinta - reis, tesoura, andorinha-azul, bacurau, gavi?o, etc.

As lagoas entre as dunas s?o os refugios das aves migratorias. Ali elas descansam, comem e tentam se proteger de predadores. Por vezes, constroem ninhos na vegetac?o rasteira. Para protege-los, fazem voos rasantes sobre as pessoas que ali passam. A escassa vegetac?o entre as dunas deve ser preservada. Alem de ser como as lagoas, importantes para os animais, ela contribui para fixar as dunas e para sobrevivencia de outros organismos. As aves alimentam-se de peixes e mariscos, e assim se reabastecem para prosseguir viagem.

Algumas dessas aves terminam por se aclimatar no Estado e de visitantes passam a moradoras permanentes. E o caso de alguns cisnes-do-pescoco-preto. Algumas preferem desfrutar do conforto da Estac?o Ecologica do Taim.

As aves, para fugir do frio rigoroso das regi?es temperadas e subtropicais, vem de diversos lugares do mundo e encontram-se na Amazonia, um local perfeito para passar o inverno. Algumas delas chegam a voar sem parar por mais de 16 mil km e, para aguentar essa travessia, engordam ate 10 vezes o proprio peso. S?o ameacadas pela destruic?o de seu habitat de reproduc?o e de seu ambiente de invernada.

A importancia da Amazonia como uma das poucas regi?es do mundo que recebem aves migratorias durante o ano todo, por estar proxima da linha do equador. Dentre tantos outros, esse e mais um servico ambiental prestado pela Amazonia ao mundo.

As aves migratorias rasteiam a direc?o do campo magnetico terrestre, por isso sempre v?o a direc?o certa. Essa sondagem ocorre durante um determinado movimento da cabeca realizado por elas.

Conclusão
O trabalho coletivo em sala de aula possui duas faces. Uma e quando ha troca de conhecimentos, solidariedade, uni?o, outra e quando os alunos que est?o inseridos neste grande grupo, n?o se envolvem e ficam dispersos. Na verdade, as duas situac?es ocorreram na construc?o deste projeto, sem falar que havia duas turmas inseridas e que havia muitas diferencas para serem trabalhadas.

O tempo previsto para o projeto foi prorrogado para que conseguissemos alcancar os objetivos. O resultado foi satisfatorio e ficou pronto para a exposic?o da Feira Multicultural da escola e posteriormente (2007) foi exposto na II Fenaceb, feira nacional de educac?o basica. Surgiram varios conceitos na construc?o do mesmo e pode ainda ser ampliado, tanto na area da Biologia (zoologia) como na Ecologia, etc. Foi gratificante visualizar o resultado interdisciplinar, a beleza e a criatividade que expressaram na arte.



ESTÁTUA DO CRISTO REDENTOR É PICHADA

Veja que triste notícia

domingo, 11 de abril de 2010

REFLITA SOBRE ESTA SITUAÇÃO

Não adianta culpar os céus pela tragédia no Rio

ter, 06/04/10
por alexmansur |
categoria Geral

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O Rio de Janeiro amanheceu debaixo d´água depois de uma madruga de chuva. As notícias da tragédia estão nos noticiários de hoje. Quando chove assim, todo mundo olha para o céu e procura os culpados lá em cima. Foi o El Niño? Foi o aquecimento global? Foi o acaso?
Por um lado, provavelmente, foi mero azar ter chovido tanto, e em abril. Foi extraordinário. Mas são eventos extremos que se repentem. Se chuvas assim acontecem com regularidade, então a cidade não pode se dar ao luxo de ter áreas vulneráveis.
Não dá para culpar o El Nino. O fenômeno este ano foi médio e já se dissipou. E ele aumenta chuvas no sul e reduz no Norte. No Sudeste, a cada vez vem diferente. Desta vez, a característica do El Nino foi travar as chuvas em SP e secar o Rio. No verão, enquanto São Paulo afundava, o Rio teve um verão ensolarado. O El Nino não teve responsabilidade pela tragédia do Rio desta vez.
Também não dá para culpar aquecimento global. Embora a concentração de carbono na atmosfera seja a maior da história da civilização, os efeitos ainda são irrisórios. O mar absorve a maior parte do excesso de carbono. E o sistema climático tem uma inércia para reagir à mudança da atmosfera. A gente só vai ver o clima ficar bizarro dentro de 10 anos. Até lá, o que teremos é um aumento na frequência de eventos extremos, que já ocorriam naturalmente.
E aí vem a irresponsabilidade das autoridades. Inclusive considerando que a chuva foi fora do normal. E o que Rio já é uma cidade mais resistente à chuvas do que SP, por exemplo. Choveu 324 mm em 24 horas. Para se ter ideia, aquela chuva que parou SP este ano foi de 112 mm. A maior chuva da história de SP foi de 151 mm em 1988. Mas no Rio chove muito. Chuvas assim acontecem de tempos em tempos. Não foi a primeira vez. Em uma das prefeituras do César Maia, em 1996, um temporal desses soterrou uma favela e dois condomínios chiques em Jacarépagua. Foi ali que o pessoal da Geotécnica aprendeu a calcular a saturação dos solo. Só não fizeram retirar as pessoas das áreas de risco, como se fez em Belo Horizonte e São Paulo, em alguns casos.
Um possível paralelo é New Orleans, nos Estados Unidos. A tragédia lá virou símbolo da vingaça do clima. Mas não dá para culpar a natureza. Ali sempre foi zona de furacão. O Katrina foi um furacão médio. Só que a cidade tinha uma barreira insuficiente para conter as águas. Deu no que deu.
Agora, é bom se precaver porque eventos extremos assim podem ficar mais frequentes nos próximos anos. As mudanças climáticas de verdade (quando os padrões do clima ficam irreconhecíveis) só vão começar a partir de 2020. Mas já nesta década teremos, segundo os pesquisadores, uma banalização dos eventos extraordinários. Os recordes que aconteciam a cada 20 anos e marcavam uma geração, começarão a se repetir com mais regularidade. É mais um bom motivo para acabar com as construções em lugares indevidos.
(Alexandre Mansur)
Foto: Ivo Gonzalez / Agencia O Globo

UMA LEITURA INTERESSANTE

sábado, 10 de abril de 2010

AMBIENTE , EMPRESA E CIDADANIA

AMBIENTE, EMPRESA E CIDADANIA

            Nos dias de hoje temos vários problemas ambientais e várias discussões diante do futuro do planeta devido às ações do capital sobre o ambiente e seres que nele vivem. Os problemas ambientais certamente decorrem de um processo de pensamento meramente econômico que hoje faz parte das idéias das grandes corporações econômicas que procuram de todas as formas colocar a lucratividade no centro de suas ações e propósitos no mundo moderno. A visão meramente capitalista de nossos recursos naturais acaba por transformar o nosso planeta em um grande barril de pólvora , pois muitos dos problemas ambientais podem destruir a vida na terra e provocar um mundo sem perspectiva de desenvolvimento da natureza e dos seres do planeta entre eles os seres humanos.
            A mensagem de uma nova visão empresarial diante dos recursos naturais deve fazer parte da ação dos gestores econômicos que hoje estão no poder e que tem condições primordiais para mudar a relação com o ambiente e com os seres que fazem parte deste planeta que suportou várias catástrofes, mas certamente sucumbirá diante da catástrofe ambiental. É preciso que a visão empresarial seja pautada numa nova lógica de conhecimento onde as iniciativas que visem um planeta sustentável e adequado a vida dos indivíduos seja uma constante nas ações dos que gerem vida econômica das nações.
            No processo de mudança vale ressaltar que as empresas devem investir em projetos de reflorestamento, em alternativas no uso dos recursos naturais , em novas formas de energia bom baixo teor de poluição e, sobretudo, em ações de formação teórica e práticas configuradas em um processo de desenvolvimento de educação ambiental para todos os indivíduos que permitam os seres criarem hábitos, visões e entendimentos sobre a importância da natureza e sobre o papel da economia em sua voracidade sobre os recursos naturais. A idéia da sustentabilidade deve ser debatida em todas as instâncias do mundo empresarial para dar sentido a busca de riqueza que com o esgotamento dos recursos naturais trará uma prosperidade passageira e de efeitos destrutivos sobre a vida no planeta. As empresas têm de investir em ações de cidadania ambiental e promover a justiça no ambiente do trabalho com relações empresariais justas que podem ser benéficas para a sociedade de maneira geral.

LEIA

O eleitor e as mudanças climáticas
01/03/2010 14:00:53
Ricardo Young Muitos antes de as chuvas torrenciais varrerem casas e carros, e deixarem milhões de paulistanos irritados, um estudo feito por um instituto de pesquisa e opinião pública já apontava: o clima vai decidir a eleição.

Dois em cada três brasileiros vão ir às urnas pensando em algo mais do que emprego, bolsa família ou impostos; as mudanças climáticas também estão entre as preocupações.

Os furações extratropicais no Sul do país, os alagamentos e chuvas torrenciais em Belo Horizonte e São Paulo, o radicalismo da seca no Nordeste e as temperaturas cada vez mais extremas em todo o país estão forçando este novo tema na cabeça do votante brasileiro.

A pesquisa sobre temas que influenciarão o voto destaca que 66% dos brasileiros vão levar em consideração como os candidatos se posicionam diante desta questão, que hoje adquire um tom tão dramático quanto a fome ou a recessão, e tão cotidiano quanto o desemprego ou a inflação.

Pergunta: Mudanças climáticas serão um dos mais importantes assuntos que influenciarão meu voto nas próximas eleições (2010).

Respostas (em porcentagem)
Concorda totalmente: 38,2
Concorda em parte: 27,6
Soma dos Concorda: 65,8
Discorda em parte: 14,7
Discorda totalmente: 15,4
Soma dos Discorda:30,1
Não concorda nem discorda: 1,9
NS/NR: 2,1
Total 100


Quem diz que vai levar mais em conta a questão ambiental na hora de escolher candidato?

Os eleitores entre 18 e 24 anos põem a questão das mudanças climáticas no topo das prioridades avaliadas nos candidatos. 73% dos que estão nesta faixa etária preocupam-se mais com temas socioambientais do que com aqueles tradicionais vinculados a emprego, salário e educação. O grupo etário que menos se preocupa com o assunto está entre os mais velhos. Para 52% das pessoas entre 55 e 69 anos, mudanças climáticas não estão entre suas prioridades. Portanto, há um novo fosso geracional importantíssimo sobre um tema que vai influenciar cada vez mais a vida de todos nós, daqui para a frente.

Em todas as faixas de idade, as mulheres são um pouco mais preocupadas com o tema que os homens ( 68% a 64%).

Surpreendemente, não é a elite econômica a mais sensibilizada pelas conseqüências do aquecimento global. As classes, média e média baixa são as mais preocupadas com a questão. Em termos regionais, são as cidades do Nordeste (Recife: 86% e Salvador: 75%) e Goiânia (73%) as que aderem mais a uma plataforma sobre mudanças climáticas. Os eleitores de Brasília são os que dão menor peso à questão (só 50% deles vs. a média nacional de 66%).

Que estas informações animem os políticos a prestar mais atenção ao tema e apresentar propostas consistentes aos eleitores, já neste processo eleitoral.

Fonte: pesquisa Barômetro Ambiental da Market Analysis, realizado com 835 adultos com 18 ou mais anos residentes nas nove maiores capitais do país (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia e Brasília). Entrevistas realizadas por telefone durante o mês de Julho de 2009. Margem de erro = +/- 3.4%.
Ricardo Young Desenvolvimento sustentável

A CULPA É DA NATUREZA ?

AVIÃO MOVIDO A ENERGIA SOLAR

Veja esta reportagem: AVIÃO MOVIDO A ENERGIA SOLAR

LIVRO SOBRE DIREITOS INDÍGENAS

Lançamento de livro sobre direitos indígenas

UM SITE QUE FALA DE EDUCAÇÃO

CIC LANÇA SITE SOBRE EDUCAÇÃO.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

LEITURA ESSENCIAL

Ocupação da zona costeira

Cristina Maria Aleme Romcy
08 Abr 2010 - 02h05min
Na zona costeira são praticadas ações e políticas sem uma orientação cooperativa, provocando uma ocupação conflituosa de uso e processo de degradação ambiental. Como causas estão: o desconhecimento dos benspúblicos e de seus recursos ambientais, como também a falta de integração entre os setores governamentais e a sociedade. 

O Governo para promover a gestão da zona costeira de Fortaleza de forma integrada, em primeiro lugar, precisa superar obstáculos à implementação dos instrumentos ou dificuldades que se interpõem entre a vontade de transformar o status quo e a mobilização dos meios necessários para fazê-lo com eficácia; são eles: imediatismo; conservadorismo das elites; ausência de quadros técnicos suficientemente qualificados; ação de lobbies e grupos de pressão de setores da elite local; ausência de continuidade entre asadministrações; dificuldades econômico-financeiras; ausência de cadastro fundiário e planta de valores atualizados; ausência de informação do serviço de planejamento. 

Esses obstáculos fazem parte do jogo de interesses e a identificação destes serve para que se busquem mecanismos para minimizá-los, pois essesjogos de interesses são um meio normal de administrar e governar. Esses obstáculos são dificuldades tanto político-administrativas, como técnicas e éticas. Quanto aos obstáculos político-administrativos verifica-se que entre eles estão a falta de institucionalização, a falta de clareza na divulgação dos objetivos, a falta de recursos financeiros, estrutura inadequada dos órgãos de governo e de planejamento. Já no grupo das dificuldades técnicas, destacam-se a carência de documentação, dados obsoletos, falta de capacitação. 

Por fim, relacionam-se como dificuldades éticas as indicações partidárias e o charlatanismo, concluindo que quem geralmente toma a decisão de planejar é o poder político, já que a planificação é um processo eminentemente governamental. Isso implica que deve ser uma política administrativa de governo. 

Cristina Maria Aleme Romcy - Doutora em Arquitetura e Urbanismo

VEJA ESTA EXPERIÊNCIA PUBLICADA NA REVISTA CAROS AMIGOS

A escola flutuante do Recife
 
Por Neco Tabosa
 
Uma rotina diferente de professores e estudantes que participam do projeto de educação ambiental em barco que navega nas águas do rio Capibaribe
 
O despertador do professor Alfio Mascaro toca às seis da manhã de uma sextafeira. Na noite anterior ele dormiu por volta da meia noite e meia, montando provas “apaguei, não dava mais. O dia tinha sido super puxado. Pensei: amanhã continuo”, conta esse neto de italianos e filho de pernambucanos que nasceu no Rio de Janeiro e veio morar no Recife aos 2 anos de idade.
 
Sempre bem-humorado e falante, o ex-bancário e ex-vendedor de sanduíches naturais de 49 anos impressiona pela energia que transmite quando fala de um dos seus assuntos prediletos: educação. Na condição de professor ou de estudante, já que atualmente o bacharel licenciado em geografia é mestrando do Programa de Pós-Graduação e Desenvolvimento e Meio Ambiente Prodema da UFPE e ainda cursa aulas de percussão. “A equipe da escola brinca dizendo que eu sou hiperativo”, diz, sem desacelerar.
 
Antes de sair de casa, no bairro da Madalena, em direção ao Bairro do Recife, ele ainda monta oito questões de Geografia para um simulado de vestibular e passa um e-mail para esta reportagem. Às oito e meia, Alfio já está na praça do Marco Zero, pouco antes dos 50 alunos, com idades entre 10 e 11 anos, da Escola Municipal Nossa Senhora do Pilar chegarem acompanhados de três professoras e uma estagiária.
 
Eles são recebidos pela equipe da Escola Ambiental Águas do Capibaribe – o Barco Escola – um sala de aula flutuante que recebeu em 2008 o Prêmio Vasconcelos Sobrinho para projetos ambientais da Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH). Uma das primeiras preocupações é checar se todos os alunos trouxeram as autorizaçõesassinadas por um responsável para embarcar.
 
Outra dúvida é confirmar a altura da maré, o que determina o percurso da incursão pedagógica pelo rio Capibaribe. Nos períodos de lua cheia e lua nova, nas chamadas ‘marés de sigiza’, os alunos têm o privilégio de visitar a diversidade do Parque dos Manguezais, o segundo maior manguezal urbano do Brasil, que está seriamente ameaçado pela criação clandestina de camarões em viveiros ao longo do seu leito. Naquela sexta-feira, a maré era de lua crescente e o caminho escolhido foi o que contorna a Ilha do Recife Antigo.
 
Ainda em terra, os alunos aprendem noções básicas de segurança na navegação, e embarcam para vestir seus coletes salva-vidas. Só aí o barco se prepara para zarpar.
 
Escola Ambiental – Em 2002, Alfio foi convidado pela Secretaria de Educação do Recife para fazer parte do grupo que projetou, desenvolveu e construiu o barco. Ele chegou a medir a altura das pontes do Centro do Recife, ser um dos redatores do projeto pedagógico e visitar a oficina de construção náutica em Cabedelo, na Paraíba. Quando o barco estava pronto, surgiu o novo convite: acumular as funções de professor e diretor da escola.
 
“Foi um trabalho coletivo e que selou o compromisso da Prefeitura na questão da Educação Ambiental. A ideia surgiu nas reuniões para discutir o Projeto Pedagógico da nova gestão da rede pública de ensino, quando notou-se a falta de percepção que estudantes e professores tinham dos rios. Isso na cidade que é popularmente conhecida como a ‘Veneza brasileira’”.
 
Durante a aula no barco, os professores se revezam na condução dos assuntos, lembrando que todos ali são responsáveis pelo equilíbrio e preservação do meio ambiente. A equipe do Barco Escola quase nunca consegue repetir o mesmo roteiro de aula. “Tem o benefício da novidade, é sempre uma turma nova e os professores estão muito atentos às alterações da vida no rio para incorporar novos assuntos. É o trabalho ideal para um idealista”, completa a professora Jerrana Cantarelli, uma das três biólogas que compoem o quadro de professores com três geólogos.
 
Ecologia aplicada – Quando assume o microfone, Alfio aproveita que a turma é da comunidade do Pilar, no Porto do Recife e a aula passa a ser sobre Geopolítica. “Vocês sabiam que estão estudando a possibilidade de, daqui a 15, 20 anos  transformarem parte do porto em um complexo turístico? Cheio de espaços culturais e prédios gigantes? Onde é que vocês vão estar nessa história? Será que a comunidade de vocês vai ficar ali no mesmo lugar? Será que vocês vão morar num desses prédios?”.
 
Um menino responde: “Que lenda!”, que na linguagem popular do recifense quer dizer: que mentira! Ao que o professor retruca, rindo: “Lenda? Não é lenda, não. Isso vai acontecer, e vocês têm que pensar nisso”. E a aula segue com mais observações das alterações da paisagem ao longo dos tempos. O istmo que estava ligado a Olinda e hoje forma a ilha do Recife, que servia para ancoragem das caravelas. Os resíduos sólidos (plásticos, cordas de navio) que a turma encontra no caminho. Além de outros recursos pedagógicos, como uma foto de satélite para entender o caminho percorrido, e a leitura  cantada de um forró com um refrão hipnótico “Capibaribe / vamos limpar esse rio / vamos limpar esse rio...”.
 
Uma hora e meia depois, na volta para o marco zero, os alunos são chamados para dizer o que mais chamou a atenção deles no percurso. Os depoimentos variam entre o interesse pelas esculturas de Francisco Brennand, a escola vista do rio, o  aparecimento de um Sotalia guianensis (uma espécie de boto cinza) que encantou a cena logo no começo da incursão. Mas a imagem negativa mais citada é uma só: a quantidade de lixo no rio.
 
O professor José Hildo pergunta: “E como a gente faz para não ter lixo no rio?”. Lucas Soares, de 10 anos, responde: “Jogando o lixo no lugar certo”. “O lixo que jogam no canal lá na sua comunidade tem a ver com esse lixo que a gente vê aqui?”. Os meninos respondem, em coro: “Tem”. “E o que a gente vai dizer pra quem for visto jogando lixo no canal, no rio? Que tá certo ou que tá errado?”. “Tá erraaado”.
 
Tarde na base terra – Quando não está dando aula no barco, Alfio pode ser encontrado na administração da escola, às voltas com cálculos e telefonemas para manter o projeto funcionando. Ele aproveita o dia calmo para comentar a importância das parcerias e os ajustes que a equipe faz diariamente.
 
“Recebemos um treinamento adequado da Marinha do Brasil para conhecer o barco, seus equipamentos e as leis que regem a  navegação. Teve uma vez que um cabo grosso de outro barco enganchou no motor e ele saiu do eixo, danificando os calços – que mantém o motor suspenso, evitando trepidação –. As peças só podiam ser compradas em São Paulo ou no Japão. Aí nós adaptamos calços de motor de caminhão. Ajustamos num torneiro e, de cerca de R$ 2.000, o custo caiu para R$ 210. É que uma semana com o barco parado significa quase 500 crianças que não fazem a incursão, essa é a nossa motivação”, explica Alfio.
 
São oito horas da noite, e antes de sair para mais uma atividade, Alfio ainda tem fôlego para comentar os prós e os contras de trabalhar na rede pública.
 
“Educação é importante, mas não só ela. É preciso cuidar paralelamente da geração de empregos e renda. Agora, o trabalho do professor podia ser mais valorizado. Vejo muitos colegas ficando doentes, enfartando, com câncer. Essa loucura de ter que se dividir entre vários empregos, não ter tempo adequado pra fazer um mestrado e se especializar com qualidade, na minha opinião, é a maior dificuldade da rede pública de ensino. E o piso nacional, que é uma piada.”
 
Neco Tabosa é jornalista
 
 

UFC TESTA PLANTAS MEDICINAIS

Com apoio do MC&T, UFC vai testar plantas medicinais Imprimir E-mail
07-Apr-2010
A Universidade Federal do Ceará está realizando testes clínicos em plantas medicinais visando à produção de medicamentos fitoterápicos. Com a assinatura de um convênio na tarde de ontem (6), foram assegurados recursos de R$ 2 milhões oriundos do Ministério da Ciência e Tecnologia para realizar os estudos.
A assinatura do convênio, no Gabinete do Reitor, contou com a presença do Reitor Jesualdo Farias, do Secretário de Políticas e Programas em Pesquisa e Desenvolvimento daquele Ministério, Luiz Antônio Barreto de Castro, do Prof. Odorico de Moraes Filho, Coordenador do Centro de Pesquisas e Medicamentos (CPDM), e da Coordenadora da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), Paula Lenz. 
As cinco plantas que serão testadas são conhecidas popularmente como colônia, cumaru, aroeira, chambá e cidreira. Já foram iniciados os primeiros testes clínicos, que agora terão continuidade, informa o Prof. Odorico. A expectativa é de que o CPDM, que está sendo construido com verbas daquele Ministério, seja inaugurado no final de 2011.
Ainda segundo Odorico de Moraes Filho, ao concluir os estudos com as plantas, a Universidade registrará as patentes  e poderá negociá-las com a indústria farmacêutica, que passará a fabricar e comercializar os fitoterápicos.
Essas patentes serão doadas aos laboratórios públicos para fabricação e distribuição gratuita dos medicamentos via Sistema Único de Saúde (SUS).
O Centro de Pesquisas e Medicamentos (CPDM) terá cerca de 10 mil metros quadrados de área construída. "A estrutura que está sendo montada aqui tem fôlego para atender ao País inteiro", prevê o Secretário de Políticas e Programas em Pesquisa e Desenvolvimento daquele Ministério, Luiz Antônio Barreto de Castro.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC - (fone: 85 3366 7331 / 3366 7330)

O PANTANAL PADECE

quarta-feira, 7 de abril de 2010

música para refletir

 MATANÇA - XANGAI

Cipó caboclo tá subindo na virola,
Chegou a hora do pinheiro balançar,
Sentir o cheiro do mato, da imburana,
Descansar, morrer de sono na sombra da barriguda;

De nada vale tanto esforço do meu canto,
Pra nosso espanto tanta mata ah, já vão matar,
Tal mata atlântica e a próxima amazônica,
Arvoredos seculares impossível replantar;

Que triste sina teve o cedro nosso primo,
Desde menino que eu nem gosto de falar,
Depois de tanto sofrimento seu destino,
Virou tamborete, mesa, cadeira, balcão de bar;

Quem por acaso ouviu falar da sucupira,
Parece até mentira que o jacarandá
Antes de virar poltrona, porta, armário,
Mora no dicionário, vida-eterna, milenar;

Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde, da sombra o ar,
Que se respira,
E a clorofila das matas virgens
Destruídas vão lembrar
Que quando chegar a hora
É certo que não demora,
Não chame Nossa Senhora
Só quem pode nos salvar;

É caviúna, cerejeira, baraúna,
Imbuia, pau-d'arco, solva,
Juazeiro, jatobá...
Gonçalo-alves, paraíba, itaúba,
Louro, ipê, paracaúba,
Peroba, massaranduba;
Carvalho, mogno, canela, imbuzeiro,
Catuaba, janaúba, arueira, araribá;
Pau-ferro, angico, amargoso, gameleira,
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá.

Quem hoje é vivo corre perigo......

site de meio ambiente para crianças

site de meio ambiente para crianças.Veja aqui

sábado, 3 de abril de 2010

REFLETINDO SOBRE A SITUAÇÃO DA AMAZÔNIA.

MÚSICA PARA REFLETIR - A SAGA DA AMAZÔNIA ( VITAL FARIAS)

Composição: Vital Farias

Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta
mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
no fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas
e os rios puxando as águas

Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores
os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores
sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir
era: fauna, flora, frutos e flores

Toda mata tem caipora para a mata vigiar
veio caipora de fora para a mata definhar
e trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira
e trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira

Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar
prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar:
se a floresta meu amigo, tivesse pé prá andar
eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá

O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar
e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar?
depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar
igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar

Mas o dragão continua a floresta devorar
e quem habita essa mata, prá onde vai se mudar???
corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá
tartaruga: pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiura

No lugar que havia mata, hoje há perseguição
grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão
castanheiro, seringueiro já viraram até peão
afora os que já morreram como ave-de-arribação
Zé de Nata tá de prova, naquele lugar tem cova
gente enterrada no chão:

Pos mataram índio que matou grileiro que matou posseiro
disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro
roubou seu lugar

Foi então que um violeiro chegando na região
ficou tão penalizado que escreveu essa canção
e talvez, desesperado com tanta devastação
pegou a primeira estrada, sem rumo, sem direção
com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa
dentro do seu coração

Aqui termina essa história para gente de valor
prá gente que tem memória, muita crença, muito amor
prá defender o que ainda resta, sem rodeio, sem aresta
era uma vez uma floresta na Linha do Equador...

INSTITUTO ETHOS E JORNAL VALOR ECONÔMICO DESENVOLVEM CONCURSO SOBRE SUSTENTABILIDADE

CONCURSO SOBRE SUSTENTABILIDADE