SABIAGUABA
Fortaleza ganha bairro ecológico
30/12/2010
Os diversos ecossistemas existentes no Bairro da Sabiaguaba serão agora protegidos sob orientação técnicaO Plano de Manejo das Unidades de Conservação de Sabiaguaba foi apresentado ontem a tarde pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Seman) e pela prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, durante entrevista coletiva no Paço Municipal.
O documento orienta a ocupação sustentável da região, bem como defesa da Área de Proteção Permanente (APA) da Sabiaguaba e o Parque Natural das Dunas.
Realizado por técnicos e pesquisadores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, do Departamento de Geografia e Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Fundação Centro de Educação Popular em Defesa do Meio Ambiente (Cepema) , o estudo indica a transformação da Sabiaguaba no primeiro bairro ecológico da Capital. A ideia é barrar qualquer tipo de degradação do espaço, bem como proteger todos os escossistemas existentes na Sabiaguaba.
Para o secretário do Meio Ambiente de Fortaleza, Deodato Ramalho, o Plano de Manejo das Unidades de Conservação da Sabiaguaba mapeia todas as riquezas naturais do lugar e representa uma conquista ambiental para a cidade.
De acordo com ele, desde que foi criada a APA, a Prefeitura teria um prazo de até 2011 para apresentar o Plano de Manejo, mas antes mesmo disso, ele já foi concluído. "Ouvimos todas as camadas sociais possíveis, desde a esfera federal até as lideranças locais. Aconteceram convocações diretas, plenárias, reuniões com o empresariado da região e rodas de conversa também fizeram parte da metodologia do estudo. Da mesma forma democrática e transparente que acontecem as assembleias do Orçamento Participativo. Estiveram incluídos moradores tanto da Sabiaguaba como da comunidade de Gereberaba. Englobamos gestores de várias áreas que vão desde a assistência social até a cultura", enumerou Ramalho.
Ainda conforme o gestor, a própria comunidade é tão interessada na preservação da área que evitou, recentemente a concretização de uma ocupação indevida. Logo que notada a situação, os moradores fizeram uma articulação que resultou numa ação imediata dos órgãos ambientais responsáveis.
Mais de 20 pessoas participaram diretamente da realização do relatório. O coordenador científico do Plano de Manejo, Geová Meireles, disse que o estudo foi organizado em blocos, um de diagnóstico, outro de zoneamento, usando os padrões do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (IMCBio). "Hoje, o plano vem atender a três exigências: a do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), do Plano Diretor e do Projeto Orla de Fortaleza", pontuou.
Para o educador Rusty de Castro, morador da região e presidente do Museu Natural do Mangue, existe uma expectativa muito grande dos moradores e famílias tradicionais da Sabiaguaba para que o Plano de Manejo saia do papel. "Uma coisa é uma projeção, outra é a realização, pelo menos temos um comitê gestor com a participação da comunidade", observou.
A prefeita Luizianne Lins ressaltou a importância socioambiental da área verde da Sabiaguaba para o equilíbrio ecológico de Fortaleza. "Vivemos numa cidade onde existe o maior adensamento urbano do Brasil, até mesmo superior ao de São Paulo e Rio de Janeiro. Fortaleza tem se tornado pequena geograficamente para a explosão demográfica que se forma. Até para construir, temos carência de espaço. Portanto, resguardar esses hectares representa uma atitude de resistência". De acordo com a prefeita, nos últimos anos existiu uma pressão contínua e intensa do empresariado estrangeiro para realizar construções no local. "Cercamos a área de modo que não aconteça uma posterior ocupação que fuja aos padrões de sustentabilidade desejados", encerrou.
Fique por dentro APA de Sabiaguaba
Em 12 de fevereiro de 2006, a prefeita Luizianne Lins assinou o Decreto de Criação do Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba e da Área de Proteção Ambiental (APA) de Sabiaguaba, pelo Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC). O Parque conta com 460,7 hectares de extensão. Já a APA são 1009,74 hectares, ambos foram criados para garantir a preservação ambiental e o turismo ecológico na região. Cerca de 17mil pessoas vivem no lugar
JANAYDE GONÇALVESREPÓRTER
Fonte: JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE
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