quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PARA REFLETIR URGENTEMENTE

Artigo
Sustentabilidade ambiental e socioeconômica

Maria Tereza Bezerra Farias Sales
02 Fev 2010 - 01h38min
O rio Cocó como a maioria dos rios brasileiros tem sofrido muitas intervenções antrópicas, resultando em mudanças nas suas características naturais. Em seu leito médio, desde que cruza as áreas urbanizadas da região Metropolitana de Fortaleza, o rio passa a sofrer atentados à qualidade.

Os fatores que mais concorrem para as alterações físicas no rio Cocó são os aterramentos realizados com construções irregulares, o que se observa ao longo de todo seu percurso, principal mento no estuário.

Todas estas agressões ambientais têm mudado a sistemática hidráulica do rio, ocasionando um grande processo de assoreamento, resultando na elevação dos fundos, modificando o prisma de maré e consequentemente mudando o comportamento da movimentação das águas durante a subida e descida das marés. Tais ocorrências hidráulicas comprometem o avanço da água salgada e a necessária mistura com a água doce, fundamentalmente necessária à manutenção da vida do mangue, compreendendo flora e fauna.

Com a finalidade de proteger esse ecossistema, o Governo do Estado instituiu por meio de decreto, um Grupo de Trabalho com representação das instituições envolvidas com o processo, a exemplo da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) que gerencia o Parque e da Prefeitura Municipal de Fortaleza, além de representantes da sociedade civil e universidade, com o objetivo de desenvolver uma proposta de poligonal com vistas à regularização legal do trecho hoje compreendido como Parque do Cocó.

A definição da nova poligonal partiu da situação atual, englobando-se a maior parte do traçado anterior, excluindo-se as ocupações que surgiram no intervalo de tempo da instalação do parque aos dias de hoje, estendendo-se às novas áreas passíveis de preservação com fins de proteção da unidade.

Ressalte-se que alternativas de poligonais foram elaboradas e todas serão oportunamente apresentadas ao governador do Estado para definição do projeto que mais atenda sob a ótica da sustentabilidade ambiental e socioeconômica.

Maria Tereza Bezerra Farias Sales - Geóloga e pres. em exercício do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente
mterezafarias@yahoo.com.br 
fonte: JORNAL O POVO - 02 - 02 - 2010

Nenhum comentário: