A TEMÍVEL IGNORÂNCIA
Todo dia somos obrigados a conviver com as mais diferentes facetas da ignorância, encontramos diariamente o executivo que quer vencer na vida como Napoleão em Waterloo, o advogado que escreve períodos intermináveis e incompreensíveis, a funcionária que atende no caixa e não sabe fazer a mínima conta sem o auxílio de uma calculadora, os motoristas que não conhecem ou respeitam o código de trânsito, muitíssimos que não conhecem as regras da educação, que são maus exemplos para as crianças, que não têm respeito pelos mais velhos. Entretanto, depois deste rápido olhar sobre os ignorantes qualificados, não podemos esquecer os funcionais, que não entendem e não sabem se fazer entender, mas que devem ser considerados inocentes porque atrás deles existe uma falência cultural generalizada que começa com professores sem perspectivas, escolas em perigo, saúde duvidosa, ministros sem competência num cenário de declínio da convivência civil, da vida política, da ética e da moral, numa situação na qual todos temos uma parcela de culpa. Sócrates sentenciou que existe um único bem, o conhecimento, e um único mal, a ignorância. Esperamos agora que a presidente eleita com o voto das classes menos favorecidas possa premiá-las, começando com uma escola capaz de educar a mente e a consciência do povo.
Franco Magrini framagr@ig.com.br
Cachoeira Paulista
Publicado originalmente no site www.estadao.com.br
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