EMPRESA, VALORIZAÇÃO DO HUMANO E DO MEIO AMBIENTE Novo!
Júnior Tomaz de Souzajuniortomaz@uems.br
www.uems.br
- Publicado em
- 2010-11-19
Essa forte influencia favorece grandemente a formação de consciência política, cidadã e sustentável da população como um todo.
Uma vez que as empresas, para sobreviverem necessitam tanto da exploração de recursos naturais para a fabricação de seus produtos quanto a adesão de seus clientes, ela necessariamente está vinculada num tripé CLIENTE-EMPRESA-NATUREZA que a força para uma política de sustentabilidade e satisfação. Cliente satisfeito + exploração consciente da natureza = empresa socialmente responsável.
A empresa sustentável não é uma inovação moderna. Algumas poucas iniciativas que promoviam a sustentabilidade já eram praticadas por empresas pioneiras como a DuPont, Ford e Johnson & Johnson. Entretanto, não havia uma preocupação com benefícios econômicos para o trabalhador.
Andrew W. Savitz (2007) bem lembra que “durante a Grande Depressão, a Ford contratou brutamontes para surrar trabalhadores em greve e recorreu a grandes demissões em massa, extremamente traumatizantes, para reduzir os custos de pessoal durante os períodos de recessão.
A consolidação de empresas sustentáveis foi possível com a própria noção de responsabilidade social, o que se manifestou de inicio sob a forma de filantropia, na década de 1920, conforme esclarece Andrew W. Savitz.
A preocupação das empresas com o ambiente ocorre no mesmo momento que em todo o mundo começa a existir uma consciência de que o ambiente é uma questão sistêmica, que envolve todas as nações e o comportamento de cada pessoa e, ainda, que sem um meio ambiente saudável, a própria sobrevivência da espécie humana está destinada a extinção.
O desenvolvimento sustentável, aliado à consciência ambiental traz às empresas uma política de exploração dos recursos, a orientação dos investimentos, o desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional de maneira compatível com o atendimento às necessidades atuais e futuras. É “usar o que se precisa”, de forma participativa e igualitária pensando não apenas nas necessidades da população atual mas também nas necessidades das gerações futuras.
Como bem coloca Antônio César Amaru (2004):
O conceito de desenvolvimento sustentável baseia-se no entendimento de que os problemas do planeta são interdependentes e sistêmicos. Segundo o Instituto dos Recursos Mundiais, um país não poderá alcançar seus objetivos econômicos sem respeitar objetivos sociais e ambientais – como educação e oportunidades de emprego para todos, saúde e assistência à maturidade para todos, distribuição igualitária de recursos, populações estáveis e uma base sustentável de recursos naturais. A ênfase na ecologia, “sem providencias para amenizar a pobreza, estabilizar a população e redistribuir a riqueza, somente conseguirá resultados medíocres”.
Darcy Mitiko Mori Hanashiro, Maria Luisa Mendes Teixeira e Laura Menegon Zaccarelli (2007) lembram que até o final dos anos 1960 havia um descaso das empresas em relação ao meio ambiente. Mas coma pressão do movimento ambientalista e de acidentes que afetaram a natureza com repercussões mundiais elas foram pressionadas pela mídia e pelos governos a mudarem suas posturas ante ao meio ambiente.
Eventos e legislações mundiais importantes também deram grande contribuição para uma nova consciência ambiental como a Eco-92 e a promulgação da Agenda 21.
A responsabilidade social da empresa se dá dentro e fora de seu espaço de atuação. A empresa socialmente consciente é a empresa que preza pelo respeito aos recursos naturais, que aplica seus serviços e produtos em prol das necessidades da sociedade e que mantém uma política de respeito ao consumidor e aos trabalhadores que ajudam na manutenção e aumento do seu capital.
Empresas que valorizam o trabalho de seus funcionários, observam e cumprem a legislação trabalhista, respeitam a dignidade do trabalhador em todos os sentidos é uma empresa que mantém uma política empregatícia socialmente responsável.
Atualmente tem-se tornado objeto de estudo dos profissionais da saúde no trabalho as relações hierárquicas em que há abuso de poder e humilhação dos “subalterno”, o chamado assédio moral.
Darcy Mitiko Mori Hanashiro, Maria Luisa Mendes Teixeira e Laura Menegon Zaccarelli (2007) alertam que a violência perversa do assédio moral não é algo novo, sempre existiu em toda parte, com diferentes enfoques de acordo com o contexto e a cultura nos quais esse fenômeno está inserido.
O assédio moral começa muitas vezes com o abuso do poder, passando à vexação humilhante da vítima e até mesmo ao assédio sexual. Em muitos casos de assédio moral há a intenção de que a vítima, no auge da pressão, ceda e peça demissão.
A empresa que trabalha com a valorização do empregado preza pelo respeito à sua dignidade, estabelecendo um relacionamento socialmente responsável entre os líderes formais e colaboradores, preservando assim a integridade de ambos.
Outra característica que se espera das empresas socialmente responsáveis no que diz respeito à sua atuação interna é que promovam uma política de balanceamento do tempo “trabalho x vida pessoal e família”.
Muitas empresas já têm admitido que um funcionário produz mais quando tem tempo pra descansar e vivenciar momentos com outros grupos sociais, especialmente a família. Portanto, o estabelecimento de uma carga horária compatível com as necessidades pessoais de relacionamento dos funcionários é importante para o bem estar e a saúde emocional dos funcionários.
Darcy Mitiko Mori Hanashiro, Maria Luisa Mendes Teixeira e Laura Menegon Zaccarelli (2007) citam o caso da IBM, que
[...] desde os anos de 1980, já pratica a flexibilização do horário de entrada e saída. Atualmente, conta com programas de semana comprimida, em que é possível trabalhar apenas quatro dias na semana ou tirar folga em dois meios dias, além de ser possível trabalhar em casa. As modalidades de trabalho são negociadas entre as gerências e os colaboradores.
Outros aspectos da empresa socialmente responsável quanto a valorização do empregado é a empresa que oferece bons planos de saúde, oferece segurança na realização das atividades laborais, respeita a legislação referente a contratação de menores, gestantes, deficientes físicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A era da responsabilidade social acompanha a necessidade de empresas éticas, comprometidas com o ser humano e a valorização da vida. Muitos desses conceitos não são modernos, fazem parte da relação entre instituição/empresa e sociedade há muito tempo, entretanto, tem se consolidado com a pressão de movimentos em prol dos direitos humanos e grupos defensores do meio ambiente.
A responsabilidade social das empresas lembra que todos, pessoas físicas e jurídicas, são responsáveis pelos seus atos frente à sociedade ou à opinião pública. A política da empresa, suas ações, sua tomada de decisões, não pode ficar restrita ao favorecimento dos lucros, deve ser compatível com os objetivos, valores e necessidades.
As demandas sociais precisam estar incorporadas nos negócios das empresas, fazendo parte dos seus valores, de sua política comercial e preocupações com os diversos grupos como acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente.
O fortalecimento do terceiro setor e o trabalho voluntário voltado para as áreas sociais também corroborou com a política da empresa responsável socialmente.
Seja pela pressão de legislações, seja por uma necessidade de mercado como meio de “seduzir clientes” ou mesmo em razão de uma consciência voltada para os valores sociais e ambientais a tendência é que não apenas as grandes empresas, mas também as pequenas empresas e as instituições se voltem cada vez mais para uma política de atuação socialmente responsável.
REFERÊNCIAS
HANASHIRO, Darcy Mitiko Mori; TEIXEIRA, Maria Luisa Mendes; ZACCARELLI, Laura Menegon (Org.). Gestão do fator humano: uma visão baseada em Stakeholders. São Paulo: Saraiva, 2007.
MAXIMINIANO, Antônio César Amaru. Introdução à Administração. 6. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2004.
SAVITZ, Andrew W. A empresa sustentável: o verdadeiro sucesso é o lucro com responsabilidade social e ambiental. Trad. Afonso Celso de Cunha Serra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
WOLKMER, Antônio Carlos; LEITE, José Rubens Morato (Org.). Os “novos” direitos no Brasil: natureza e perspectivas: uma visão básica das novas conflituosidades jurídicas. São Paulo: Saraiva, 2003. Sobre o Autor
Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2006). Membro do CEPE/UEMS 2009-2010 (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão). Atuou no Movimento Estudantil na função de secretário e Diretor de Comunicação Social e Assuntos Estudantis do Centro Acadêmico de Direito Desembargador Leão Neto do Carmo. Atualmente é graduando do curso de Direito pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade de Paranaíba e Assistente Técnico de Nível Médio da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Militante dos Direitos Humanos. Tem experiência na coordenação, colaboração e participação de projetos sociais ligados a área das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
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