segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

UMA LEITURA PARA REFLEXÃO...

A lei do clima




11/1/2010


A Conferência de Copenhague da ONU - Organização das Nações Unidas - sobre Mudança Climática (COP 15), realizada, na Dinamarca, foi encerrada, no dia 28 de dezembro pretérito, culminando com um vergonhoso e pífio pacto formatado por alguns poucos países participantes, entre esses o Brasil, denominado de "Acordo de Copenhague", evitando-se, assim, o seu fracasso total. A comitiva brasileira, sob a liderança da ministra do Planejamento, Dilma Rousseff, falou e esbravejou, nos quatro cantos da conferência, chegando a pronunciar, como desconhecedora absoluta dessa matéria: "o meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável", enquanto o presidente Lula assinou e sancionou a Lei do Clima, com objetivos múltiplos de combate às mudanças climáticas decorrentes dos efeitos de poluição atmosférica. As metas para redução da emissão dos gases passam a ser oficiais, mas, o Brasil não terá obrigação de cumpri-las, numa perspectiva projetada de que menos árvores serão derrubadas, nos próximos dez anos. São 80% menos na Amazônia e 40% menos, no cerrado - cálculos estimados por técnicos em meio ambiente. E vai além: promete aumentar a oferta de energia renovável: a elétrica, o etanol e biodiesel e de fontes alternativas, como a solar e eólica, que, ao chegar o Brasil no ano de 2020, teremos menos emissão de gases de efeito estufa, entre 36,1 e 38,9% de redução. Para o Greenpeace, a lei que institui a "Política Nacional de Mudança do Clima" é uma declaração de boas intenções, cujo cumprimento é voluntário, certamente, será mais uma lei que não irá pegar. O Greenpeace considera um erro a decisão do presidente Lula de ter retirado a menção ao abandono paulatino de combustíveis fósseis: uso do petróleo, gás natural e carvão mineral, enquanto o grande enfoque dos países desenvolvidos é investir na substituição da matriz energética. Nesse enfoque, o Brasil coloca suas esperanças no pré-sal. Para ambientalistas brasileiros, o governo precisa apresentar números mais concretos de redução de emissões de carbono, um plano real e concreto, que justifique a sua viabilidade e estratégias pertinentes ao desmatamento.

João Gonçalves Filho (Bosco) - da Academia Limoeirense de Letras
fonte: Jornal Diário do Nordeste -  11/01/10

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