quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PARA REPENSAR NOSSA AÇÃO.

Embaixador defende mobilização da sociedade em busca do desenvolvimento sustentável

"Não haverá sucesso no debate continental sobre meio ambiente enquanto existir a miséria"
17.02.2011| 14:17

O embaixador Luiz Figueiredo, diretor do Departamento do Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, chamou a atenção para o desafio do Brasil de desempenhar um papel de destaque na área de meio ambiente, visando ao desenvolvimento sustentável, com soluções de ordem econômica e social. Segundo ele, o mundo sempre espera do país "soluções criativas para tudo".

O embaixador participou nesta quinta-feira, 17, de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) sobre a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Rio+20, marcada para 2012, no Brasil.
 
O evento será realizado 20 anos depois da Conferência Rio 92, sobre o clima, que, de acordo com Figueiredo "trouxe muito aprendizado". O embaixador diz que "o olhar inovador que se espera do país" só pode ser construído em um contexto de mobilização da sociedade nessa direção. Ele destacou que o encontro não terá especificamente caráter ambiental, mas pretende analisar o desenvolvimento sustentável.
 
Para o cientista político Murillo de Aragão, membro do CDES, é um desafio conciliar a questão econômica, com a social e a ambiental. "Não há um pensamento denso na sociedade, uma mentalidade educacional voltada o meio ambiente". Segundo ele, 80% do alumínio usado no Brasil para fabricar latas de bebidas são reciclados e isso não ocorre para preservar o meio ambiente, mas porque a coleta desse material tem fins econômicos. Enquanto isso, garrafas PET são jogadas na rua sem preocupação com as consequências, ressaltou.
 
Na avaliação de Alberto Broch, representante dos trabalhadores no conselho, o país não quer "uma economia verde com exploração e trabalho escravo". Ele entende que "não haverá sucesso no debate continental sobre meio ambiente enquanto existir a miséria".
 
“É preciso discutir o padrão tecnológico que se usa para a produção de alimentos, para saber se é sustentável e qual o modelo de produção que devemos utilizar para que a atividade seja sustentável", defendeu Broch

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