segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

UMA LEITURA QUE MERECE SUA REFLEXÃO

O grupo Cibas e a COP-15

José Carlos P. de Oliveira
28 Dez 2009 - 01h31min

Os países em desenvolvimento, notadamente, China, Índia, Brasil e África do Sul foram o farol de clareza e bom senso que guiaram a nebulosa e inteligível Conferência de Copenhague a um bom termo. As posições que eles defenderam foram vitoriosas: 1. Nenhum limite obrigatório às emissões de carbono; 2. Nenhuma redução de emissões, a menos que os países ricos pagassem por elas; 3. Nenhum monitoramento internacional de eventuais reduções de emissões não pagas pelos ricos; 4. Nenhuma utilização do ``aquecimento global`` como pretexto para impor restrições comerciais protecionistas em países que não cortaram suas emissões de carbono. Dessa forma, todo o trabalho envolvendo o IPCC, ONGs ambientalistas e grande mídia internacional não resultou na tão urdida e acalentada governança mundial - não eleita e com poderes quase infinitos de tributação, regulação e intervenção, conforme proposto nos primeiros rascunhos do que seria o Tratado de Copenhague.

Entre outras ``pérolas`` esse tratado ressuscitaria o Banco Mundial, que tanto mal causou ao 3º Mundo e África. Felizmente, para o bem da humanidade, os países pobres e em desenvolvimento recusaram-se a pagar mais essa conta e não houve tratado. Copenhague foi o último grande salão, não para o planeta, que não precisa ser salvo, mas aqueles que incentivavam o governo mundial da ONU. Eles excederam a si mesmos e pagaram um alto preço, pois acreditavam que sua propaganda enganosa sobre o perigo planetário e os ``líderes mundiais`` que eles pensavam ter no colete completaria o serviço.

Até dezembro de 2010, data da próxima reunião das partes na Cidade do México, a temperatura global continuará diminuindo, como o faz desde o ano 1998, mesmo que 2010 seja um ano de El Niño e que haja rápida recuperação da atividade solar. Esse tempo deve ser aproveitado para que se retome a discussão sobre a poluição do meio ambiente, os problemas que colocam em risco a sobrevivência da humanidade. Devemos cuidar para que a COP-15 seja o começo do fim do modo verde de impor a regra da salvação.

José Carlos P. de Oliveira - Professor associado da UFC. Doutor em Física com pós-doutorado em física da atmosfera
parente@fisica.ufc.br
 
fonte: Jornal o Povo -  28/12/09

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