Diário do Nordeste
Quarta-feira - 3 de agosto de 2011Opinião
EDITORIAL
Poluição hídrica
Publicado em 3 de agosto de 2011
A qualidade da água volta a ser questionada, no País, em razão dos contrastes existentes pela dimensão de seus recursos hídricos e dos baixos níveis das fontes consideradas potáveis. A Agência Nacional de Águas (ANA) está divulgando uma pesquisa sobre a Conjuntura dos Recursos Hídricos, na qual reconhece ser o Brasil detentor de 12% da oferta de água do Planeta, restringindo-se, no entanto, a apenas 4% as disponibilidades da água com qualidade considerada ótima.
Embora o governo central venha executando programas com maciços investimentos em saneamento básico, contribuindo dessa forma para combater a poluição das fontes hídricas, metade das cidades brasileiras (ou seja, 2.926 municípios), não dispõe ainda de sistemas de tratamento de esgoto. O ano de 2009 é apontado como ilustrativo do avanço desse setor, por haver registrado inversões da ordem de R$ 21,4 bilhões em saneamento básico e gestão da água, sendo R$ 13,2 bilhões destacados para tratamento de esgoto.
A pesquisa aponta outra realidade: a água de pior qualidade se concentra no entorno das regiões metropolitanas, especialmente de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e cidades de menor porte como Campinas e Juiz de Fora. Entre os rios com água de péssima qualidade, a liderança é do Tietê, que corre dentro da capital de São Paulo; o Iguaçu, no Paraná, que deságua nas famosas cataratas; e o Guandu-Mirim, no Rio de Janeiro.
No território brasileiro, pelo menos, 100 rios encontram-se em situação ruim ou péssima. O lado bom da questão é que 90% dos rios se encontram em estado satisfatório de qualidade e de disponibilidade. A maior parte dos rios e bacias com problemas de oferta de água se encontra no Nordeste. Para o Ministério do Meio Ambiente, a falta de água em algumas regiões, no futuro, irá provocar impacto na agricultura. O estresse hídrico é consequência do corte da mata ciliar.
Embora não seja citada explicitamente no relatório final da pesquisa da ANA, Fortaleza enquadra-se entre as áreas com seus recursos hídricos poluídos. Dois rios que cortam a cidade, o Cocó e o Maranguapinho, encontram-se afetados pelo lançamento de esgotos "in natura" no seu leito, seja por residências e empreendimentos imobiliários, seja por indústrias descomprometidas com a causa ambiental.
O Rio Maranguapinho tem a perspectiva de ser recuperado, em face de projeto em execução, deslocando os contingentes populacionais fixados às suas margens de forma desordenada, com a urbanização das áreas remanescentes. Esse projeto prevê a construção de barragens para controlar as cheias do rio, o restabelecimento da mata ciliar, a implantação de praças de esportes e de áreas de lazer no seu percurso.
No Rio Cocó, a poluição é visível ao longo de todo o seu curso, agravando-se entre as Avenidas Engenheiro Santana Júnior e Engenheiro Sebastião de Abreu, exatamente onde se localiza o Parque do Cocó. Nele a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) preserva um antigo sistema de abastecimento de água da cidade. A natureza foi pródiga em dotar o País de tanta água; pena que ela não seja bem utilizada.
Embora o governo central venha executando programas com maciços investimentos em saneamento básico, contribuindo dessa forma para combater a poluição das fontes hídricas, metade das cidades brasileiras (ou seja, 2.926 municípios), não dispõe ainda de sistemas de tratamento de esgoto. O ano de 2009 é apontado como ilustrativo do avanço desse setor, por haver registrado inversões da ordem de R$ 21,4 bilhões em saneamento básico e gestão da água, sendo R$ 13,2 bilhões destacados para tratamento de esgoto.
A pesquisa aponta outra realidade: a água de pior qualidade se concentra no entorno das regiões metropolitanas, especialmente de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e cidades de menor porte como Campinas e Juiz de Fora. Entre os rios com água de péssima qualidade, a liderança é do Tietê, que corre dentro da capital de São Paulo; o Iguaçu, no Paraná, que deságua nas famosas cataratas; e o Guandu-Mirim, no Rio de Janeiro.
No território brasileiro, pelo menos, 100 rios encontram-se em situação ruim ou péssima. O lado bom da questão é que 90% dos rios se encontram em estado satisfatório de qualidade e de disponibilidade. A maior parte dos rios e bacias com problemas de oferta de água se encontra no Nordeste. Para o Ministério do Meio Ambiente, a falta de água em algumas regiões, no futuro, irá provocar impacto na agricultura. O estresse hídrico é consequência do corte da mata ciliar.
Embora não seja citada explicitamente no relatório final da pesquisa da ANA, Fortaleza enquadra-se entre as áreas com seus recursos hídricos poluídos. Dois rios que cortam a cidade, o Cocó e o Maranguapinho, encontram-se afetados pelo lançamento de esgotos "in natura" no seu leito, seja por residências e empreendimentos imobiliários, seja por indústrias descomprometidas com a causa ambiental.
O Rio Maranguapinho tem a perspectiva de ser recuperado, em face de projeto em execução, deslocando os contingentes populacionais fixados às suas margens de forma desordenada, com a urbanização das áreas remanescentes. Esse projeto prevê a construção de barragens para controlar as cheias do rio, o restabelecimento da mata ciliar, a implantação de praças de esportes e de áreas de lazer no seu percurso.
No Rio Cocó, a poluição é visível ao longo de todo o seu curso, agravando-se entre as Avenidas Engenheiro Santana Júnior e Engenheiro Sebastião de Abreu, exatamente onde se localiza o Parque do Cocó. Nele a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) preserva um antigo sistema de abastecimento de água da cidade. A natureza foi pródiga em dotar o País de tanta água; pena que ela não seja bem utilizada.
Fonte: JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE
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