quinta-feira, 22 de outubro de 2009

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SELO VERDE

A carcinicultura em Aracati produz um camarão barato, pois não incorpora o elevado preço socioambiental ao produto. Ainda em Aracati, é gritante a degradação associada à implantação de torres para produção de energia eólica. A população do Cumbe, distrito de Aracati, interditou o acesso ao empreendimento, ensejando intervenção por parte do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual, o que demonstra o grave problema.

Por outro lado, a cidade de Fortaleza, do ponto de vista socioambiental, apresenta elevadíssimo nível de degradação. Todos os recursos hídricos são poluídos, e as iniciativas para reverter esse quadro são pífias.

O Programa -Selo Verde- do Conselho de Políticas e Gestão Ambiental do Ceará (Conpam), ao que consta, visa incentivar os municípios a implementar políticas públicas ambientais, tendo como objetivo identificar anualmente as cidades que atendam critérios de conservação e uso sustentável dos recursos naturais com melhoria de vida da população.

Sendo esses os critérios, cidades como Fortaleza e Aracati certamente não podem ser consideradas para tal premiação. Se tal situação avançar, o ``Selo Verde- passará a significar simplesmente iniciativa pública que tem por objetivo explícito mascarar iniciativas que resultam em agravamento da realidade socioambiental cearense. As entidades do movimento ambiental no Ceará, reunidas em torno do Fórum Cearense para o Meio Ambiente (Forcema), denunciam e repudiam esse fato.
Vanda Claudino
Fortaleza-CE
fonte: JORNAL OPOVO

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