sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Uma menina de 13 anos surpreendeu o mundo com esse discurso na ECO 92 - A PERGUNTA É SERÁ QUE NOSSOS GOVERNANTES SE CONSCIENTIZARAM DE SEU PAPEL?

17/03/2008
O discurso da menina canadense, no Rio de Janeiro em 1992...


“Olá, sou Seven Suzuki.
Represento a ECO, a organização das crianças em defesa do meio ambiente.
Somos um grupo de crianças canadenses, de 12 a 13 anos tentando fazer a nossa parte, contribuir.
Vanessa Suttie, Morgan Geisler, Michelle Quigg e eu.
Todo o dinheiro que precisávamos para vir de tão longe conseguimos por nós mesmos para dizer que vocês adultos tem de mudar seu jeito de agir.
Ao vir aqui hoje, não preciso disfarçar meu objetivo.
Estou lutando pelo meu futuro.
Não ter garantia quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores.
Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir.
Estou aqui para defender as crianças com fome, cujo os apelos não são ouvidos.
Estou aqui para falar em nome dos incontáveis animais morrendo em todo planeta porque já não tem mais para onde ir.
Não podemos mais parecer ignorado.
Hoje tenho medo de tomar sol por causa dos buracos na camada de ozônio.
Tenho medo de respirar esse ar porque não sei que substancias química estão o contaminando.
Eu costumava pescar em Vancouver com meu pai até o dia em que pescamos um peixe com câncer.
Temos conhecimento que animais e plantas estão sendo destruídos a cada dia e, em vias de extinção.
Durante toda minha vida eu sonhei ver grandes manadas de animais selvagens, selvas, florestas tropicais cheias de pássaros e borboletas, mas agora, eu me pergunto se meus filhos vão poder ver tudo isso.
Vocês se preocupavam com essas coisas quando tinham minha idade?
Todas essas coisas acontecem bem diante dos nossos olhos e, mesmo assim continuamos agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções.
Sou uma criança e não tenho soluções, mas quero que saibam que também vocês não têm.
Vocês não sabem como reparar os buracos na camada de ozônio.
Vocês não sabem como salvar salmões das águas poluídas.
Vocês não podem ressuscitar os animais extintos.
Vocês não podem recuperar florestas que um dia existiram onde hoje é deserto.
Se vocês não podem recuperar nada disso, então, por favor, PAREM DE DESTRUIR!
Aqui, vocês são representantes de seus governos, homens de negócios, administradores, jornalistas ou políticos.
Mas na verdade, são mães, pais, irmãos e irmãs, tias e tios e todos também são filhos.
Sou apenas uma criança, mas sei que todos nós pertencemos a uma única família.
Somos 30 milhões de espécies compartilhando o mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo.
Nenhum governo, nenhuma fronteira pode mudar esta realidade.
Sou apenas uma criança, mas sei que esse problema atinge todos nós e devemos agir como se fossemos a única coisa no mundo rumo a um único objetivo.
Apesar da minha raiva, ainda não estou cega, apesar do meu medo não sinto medo de dizer ao mundo como me sinto.
No meu país, geramos tantos desperdícios, compramos e jogamos fora, e os países do norte não compartilham com os que precisam.
Mesmo tendo mais que o suficiente temos medo de perder nossas riquezas, medo de compartilhá-las.
No Canadá temos uma vida privilegiada, com fartura de alimentos, água e moradia.
Temos relógios, bicicletas, computadores e aparelhos de tv.
Há dois dias aqui no Brasil ficamos chocados quando estivemos com crianças que moram nas ruas.Ouçam o que uma delas nos contou:
“Eu gostaria de ser rica, e se fosse daria a todas as crianças de rua alimentos, roupas, remédios, amor e carinho”.
Se uma criança de rua que não tem nada ainda deseja compartilhar, porque nós temos tudo ainda somos tão mesquinhos?
Não posso deixar de pensar que essas crianças tem a minha idade e que o lugar onde nascemos faz uma grande diferença.
Eu poderia ser uma daquelas crianças que vivem nas favelas do Rio de Janeiro.
Eu poderia ser uma criança faminta da Somália.
Uma vítima da guerra do Oriente Médio ou uma mendiga da Índia.
Sou apenas uma criança, mas ainda assim sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras, fosse utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso a Terra seria!
Na escola desde o jardim de infância vocês nos ensinaram a ser bem comportados.Vocês nos ensinaram a não brigar com os outros.
Resolver as coisas bem.Respeitar os outros, arrumar nossas bagunças.Não maltratar as criaturas.
Dividir e não ser mesquinho.
Então porque vocês fazem justamente o que nos ensinaram a não fazer?
Não esqueceram os motivos de estar assistindo a estas conferencias.
E para quem vocês estão fazendo isso.
Vejam-nos como seus próprios filhos.
Vocês estão decidindo em que tipo de mundo nós iremos crescer.
Os pais devem ser capazes de confortar seus filhos, dizendo-lhes, “Tudo ficará bem”.
Estamos fazendo o melhor que podemos.
Mas não acredito que possam nos dizer isso.
Estamos sequer na sua lista de prioridades?
Meu pai sempre diz: “Você é aquilo que faz, não aquilo que você diz”.
Bem, o que vocês fazem nos chorar a noite.
Vocês adultos nos dizem que vocês nos amam.
Eu desafio vocês.
Por favor, façam suas ações refletirem as suas palavras.”

Obrigada!


RETIRADO DO SITE http://www.institutochicomendes.org.br/POR_LINHAS_TORTAS_O_DISCURSO_DA_REVOLTA_32



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