terça-feira, 8 de maio de 2012

LEIA ESTE TEXTO DA PROFESSORA ADÍSIA SÁ


Minha mãe, na experiência de uma vida de luta, dizia, a nós seus filhos, quando pedíamos qualquer coisa: “dinheiro é para roupas e sapatos, e só em aniversário, Natal e Ano Novo. Mas, se querem livros, é só pedir”. Ela tinha prioridades, porque sabia o quanto lhe custava amealhar tostão por tostão na luta diária de sua pequena hospedaria. Custei a compreender quão sábia era minha mãe.

Desde quando comecei a trabalhar, gastar e sentir falta do salário em momentos importantes, cumpro à risca a lição materna e repasso para os mais jovens.
Conto essa memória de família porque dela me lembrei agora, quando acompanho o projeto do Governo de construir o Acquario Ceará. Será que não temos prioridades, urgências suficientes para deixar de lado os peixes, dr. Cid?

Mas, dirá o senhor: “e os turistas que virão visitar nossa Capital atraídos pelo aquário?” Meu Deus: com a única fonte de renda - os ingressos de visitantes - quantos anos para pagar o gigantesco empréstimo feito a bancos estrangeiros? Tostão contra milhão... Gerações ficarão privadas de escolas, moradias, postos de saúde e hospitais porque os reais se foram.

Obra começada e suspensa, retomada e paralisada graças à posição de corporações requerendo dados e esclarecimentos.

Há quem esteja atento ao que se passa e cobre, inclusive, a realização de um “plebiscito municipal sobre a construção do Acquario”. Estou me referindo ao vereador João Alfredo, em boa hora divulgado por Valdemar Menezes em sua coluna de 29/4.

E vai além o colunista: “a consulta seria realizada em outubro, aproveitando o ensejo do comparecimento dos eleitores às urnas para elege prefeito e vereadores. Essa metodologia de aproveitar eleições convencionais para a realização de consultas diretas aos cidadãos é seguida por outros países, inclusive os Estados Unidos. Tanto por ser mais prática, como mais econômica”. Simples pergunta: “Você é a favor da construção do Acquario Ceará?”

Sábia era minha mãe: “dinheiro para roupas e sapatos só em aniversário, Natal e Ano Novo; mas para livros, é só pedirem.” Há tanto o que se pedir e o que se fazer com os milhões de reais das águas dos peixinhos, dr. Cid.

Adísia Sá

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