quarta-feira, 21 de setembro de 2011

UMA LEITURA OPORTUNA PARA REFLEXÃO

Eles merecem respeito


Cada dia que passa aumenta em Fortaleza o número de catadores de material reciclável. Pessoas extremamente pobres e trabalhadores corajosos tentando sobreviver sem roubar ou pedir esmolas. Eles e seus carrinhos cheios de papéis, metais e plásticos podem ser encontrados em toda parte da cidade. Infelizmente, em nossa cidade, o catador de lixo, no geral, é encarado pela sociedade como aquele pária, sujo e de quem se quer distância. Alguns trabalham durante o calor do dia, outros, durante o frio da noite. Às vezes, famílias inteiras trabalham juntos por motivos de segurança. É um trabalho estafante e perigoso com mãos sem proteção mexendo em sacos e depósitos de lixo. Frequentemente, há exploração chocante por parte de alguns dos atravessadores ou donos dos galpões de material reciclável. Alguns atravessadores oferecem o uso dos seus carrinhos aos catadores para trabalhar em troca de um documento como a carteira de identidade ou carteira de trabalho. Assim esses catadores têm que vender sua coleta para esse atravessador.
Os preços variam muito de atravessador para atravessador. Alguns desses donos de galpões emprestam dinheiro aos catadores assim eles ficam mais dependentes ainda. O sonho de cada catador é ser o dono de seu próprio carrinho e ficar independente e livre para vender onde encontra o melhor preço. Algumas famílias vêm da periferia da cidade quinta-feira à noite e voltam para casa sábado à tarde. Normalmente, essas pessoas dormem na rua quando não estão trabalhando. A exploração de crianças trabalhando como catadores é deplorável, inaceitável e criminoso. A Pastoral do Povo da Rua e a Pastoral do Menor tentam ajudá-las especialmente quando pequenas crianças estão envolvidas.
Os catadores precisam de nossa ajuda. Eles lutam para sobreviver levando R$ 5.00, R$ 10.00 ou R$ 15.00 para casa no fim do dia. Podemos deixar separado em nosso lixo o que eles buscam para vender. Basicamente são três categorias de coisas: (i) plástico: embalagens de produtos de limpeza, garrafas plásticas, tubos e canos, potes de creme e xampu, baldes e bacias, restos de brinquedos, sacos, sacolas e saquinhos de leite (limpos); (ii) metais: tubos de pasta de dentes, latinhas de cerveja e refrigerante, enlatados, alumínio, bronze, chumbo, cobre, ferro e zinco; (iii) papéis secos: jornais, listas telefônicas, folhetos comerciais, folhas de caderno, revistas e folhas de rascunho, papéis de embrulho, caixas de papelão, caixas de brinquedos, caixas longa vida ou Tetra Pak. Vamos tentar ajudar esses humildes trabalhadores separando os itens acima mencionados em nosso lixo para eles pegarem, ou melhor, ainda guardar esse material para entregá-los. São pessoas trabalhadoras, honestas e merecem nosso respeito e admiração.
 autor: PADRE BRENDAN COLEMAN - PUBLICADO NO JORNAL O ESTADO

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