ARTIGO 19/06/2012
Sinfonia da Natureza
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Nem todo mundo tem o prazer de acordar com o som da natureza. No meu caso, é uma verdadeira sinfonia orquestrada pela mão de Deus. Quem mais poderia ter criado algo tão magnífico e suave aos nossos ouvidos?
Trata-se de uma casa que dá para a minha varanda. Há mangueiras, coqueiros, cajueiros e plantas diversas sobre as quais os passarinhos de todos os tipos e tamanhos fazem a festa. São musicalidades variadas alegrando o amanhecer. Alguns são solitários, outros vivem e cantam em bando.
O que seria deles sem o abrigo de mãe chamado árvores. Elas estão lá sem exigir nada, somente distribuindo alento, colo e sombra.
Infelizmente, a tal casa foi vendida e comprada por uma construtora, e não só ela, mas outras duas, assim eu soube. Lá se vai a minha paz e de tantos outros moradores. Ao saber da devastadora notícia, fiquei deprimida, com um sentimento de desamparo, pois sei qual é o futuro do terreno. As pobres árvores não têm como se defender, vão ser destruídas. E como estamos em uma cidade que não ama mais as árvores, isso não toca o coração das pessoas, somente a emoção de uns poucos abnegados. Exemplo é o Movimento Pró-Árvore, pessoas ainda crentes em uma Fortaleza florida.
Gostaria de ser mágica e fazer “plim-plim” de modo a nada mudar e eu continuar com a cantoria dos pássaros, sentindo a comunhão deles com suas mães árvores em uma sinfonia perfeita, elaborada pela mão mais inteligente da natureza.
Mônica Dourado Furtado
Fonte: JORNAL DO LEITOR - O POVO
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