segunda-feira, 10 de outubro de 2011

reflexões sobre o desmatamento

Desmatamento crescente




Um modelo a ser revisto. A expansão das Unidades de Conservação e a demarcação de terras indígenas não têm sido suficientes para conter o desmatamento na área da Amazônia Legal, que abrange seis estados e parte do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. Dados do Projeto Prodes, que monitora a Floresta Amazônica por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, apontam que, não obstante o pretenso esforço para expandir as áreas protegidas, a devastação segue em ritmo acelerado. Em dez anos – entre 2000 e 2010 – o desmatamento avançou de 5.036 para 11.463 quilômetros quadrados, o que configura-se um aumento de mais de 127%. Como apontaram as imagens por satélites, saíram de cena as grandes derrubadas perpetuadas pelas madeireiras ilegais e descobriu-se que, agora, o desmatamento se dá aos poucos, em pequenas clareiras, longe dos olhos da fiscalização e cujos estragos só podem ser aferidos por meio de fotografias aéreas.
Foram descobertos ainda casos alarmantes, como no Pará, onde boa parte dos assentamentos agrários estão em áreas de preservação ambiental e cuja exploração de 65% da madeira no estado aconteceu de forma ilegal. Ainda que 84% desta exploração ilegal tenham ocorrido em terras privadas, chama a atenção o fato de que 13% aconteceram em assentamentos de reforma agrária e 3%, em áreas protegidas por lei. Neste caso, é a própria população rural que, desassistida por créditos públicos que incrementem a produção em suas terras, desmata a floresta.
O que choca é que, mesmo em projetos sustentáveis e nos quais há a vigilância pública sobre as áreas, a devastação segue em ritmo acelerado, estimulada, principalmente, pela grilagem de terras, um crime que, embora combatido, grassa por amplas plagas do Brasil. Óbvio, também, que é preciso aprimorar o poder de fiscalização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, o principal órgão responsável por articular as ações das políticas nacionais de meio ambiente. Sem os esforços de todos, não será possível vencer esta luta. 
Fonte: jornal o Estado.

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