Dia de que ambiente?
"No caso desta cidade é o Poder Público que degrada, que destrói, que humilha os ecologistas"
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Todos os anos as situações são as mesmas: plantarão árvores, levarão crianças para conhecer ambientes, farão festas, publicarão mensagens e farão diversas promessas de ações em prol da natureza. O dia passará e as condições ambientais da cidade continuarão a nos levar a uma séria reflexão sobre o mundo que queremos para as futuras gerações. Impressiona-me que em todas as ações sobre meio ambiente e cidadania estejam presentes sempre as mesmas pessoas que há anos militam pelas causas ambientais, e mesmo assim não conseguem contagiar a massa escrava da tecnologia e do tal desenvolvimento para lutar em prol da natureza. O que teremos a comemorar? Árvores cortadas? Degradação do mangue principal da cidade? Abandono das lagoas? Especulação imobiliária crescente e desenfreada? Este quadro faz com que um sentimento de tristeza venha aos que defendem a natureza e querem um mundo melhor para as gerações de hoje e do futuro. Alguns dirão: e as soluções?
Claro que há soluções, tais como, educação ambiental em todos os níveis preconizada pela Constituição Federal, além de ação efetiva do Poder Público no cumprimento das leis e das regras de convivência com o ambiente em que vivemos. Temos que lutar pela cidadania ambiental e também cobrar uma ação mais efetiva de governo em prol da natureza. No caso desta cidade é o Poder Público que degrada, que destrói, que humilha os ecologistas e provoca ações desastrosas como o tal transplante de árvores que definitivamente não deu certo. A realidade é que hoje pouco temos a comemorar, a não ser a pujança de movimentos como o Ocupe Cocó, que mesmo humilhado pelos poderes, e pela (pasmem ) pela própria população, ainda se mantêm numa luta que não deveria ser só deles.
A tristeza é que algumas pessoas fazem juízo de valor contra os ecologistas alcunhando– os de ecochatos, desocupados e coisas que o valha. A situação ambiental da cidade merece reflexão e mais que isso, muita ação, pois basta um ligeiro tour pela cidade para ver o abandono da natureza, de educação, de cidadania e até de função dos órgãos, como é o caso da Secretaria de Meio Ambiente, que virou Secretaria de Urbanismo. O que é sintomático para entendermos de que lado está o poder hoje instalado nesta cidade tão degradada e tão humilhada pelos que deveriam amá–la.
Não é pessimismo, é a pura verdade. O meio ambiente pede socorro.
Francisco Djacyr djacyrsouza
@gmail.com
Professor
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