EDITORIAL
O futuro da água
19.04.2012
A água, recurso finito, vem monopolizando as atenções dos organismos internacionais encarregados de acompanhar sua captação, consumo e o desperdício. O futuro da água é questão que interessa aos governantes, pesquisadores do clima e os administradores dos grandes sistemas de suprimento humano e animal.
Técnicos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) demonstraram, por ocasião do último Fórum Mundial da Água, realizado em Marselha, na França, preocupações com as análises prospectivas sobre a demanda crescente e, de modo especial, com o consumo da água para a produção de alimentos.
Pelas projeções desse evento, prestigiado por 35 mil participantes, nas próximas décadas 3,9 bilhões de pessoas, correspondentes a 40% da população mundial, viverão em áreas de bacias hidrográficas afetadas pela poluição e por secas inevitáveis. O fórum concentrou suas discussões na busca do controle da demanda deste recurso natural, diante da perspectiva de crescimento exponencial, de 55%, até 2050.
Os estudos do corpo técnico da OCDE não são animadores, porque cerca de 1 bilhão de pessoas vivem em centros urbanos sem acesso à água potável. Como a tendência é pela expansão desordenada das cidades, principalmente nos países em desenvolvimento, o problema tende a ser agravar a cada ano.
Além do mais, paira a previsão pessimista de aumento da temperatura global em 5 graus Celsius. Em razão desse fenômeno, as mudanças climáticas acarretarão transformações no regime das chuvas, provocando, em consequência, estiagens até em regiões marcadas por elevada pluviosidade. Assim, a Amazônia pode sofrer seca constante e o semiárido se tornar um deserto.
A delegação brasileira no Fórum Mundial da Água questionou a pouca relevância atribuída ao tema na agenda para a Rio+20, conferência do meio ambiente programada para junho, no Rio de janeiro. Na oportunidade, a representação nacional defendeu a criação de um organismo mundial para melhorar a distribuição da água entre os países, evitando, desse modo, a escassez, o desperdício e os conflitos gerados pela demanda.
A proposta brasileira, em parte, atende às colocações feitas no fórum, segundo as quais, os países em desenvolvimento responderão por boa parte do aumento do consumo da água. Conforme os dados revelados pela OCDE, o bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, acrescido pela Indonésia, responderá por mais da metade do consumo mundial de água em 2050.
O demanda excessiva pertence aos países desenvolvidos, em razão de seu modelo de produção de riqueza. Essas ilações em relação às economias em desenvolvimento poderão ser parte das pressões para inibir seu crescimento acelerado no âmbito do terceiro mundo.
O Brasil, de modo particular, apresenta situação razoavelmente confortável no futuro por ser detentor de 12% da água doce superficial do Planeta. Além do mais, somente 4% da população brasileira concentram-se na Bacia Amazônica, onde estão 70% da água doce do território nacional. Há outra particularidade: pelo espaço interno circulam 18% de toda a água doce da Terra.
O que precisa ser modificado, logo, é o desperdício de água verificado na agricultura e na produção industrial. Ao mesmo tempo, deve-se promover a criação de comitês de bacias hidrográficas, estabelecendo a governança e a reutilização dos mananciais hídricos.
Técnicos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) demonstraram, por ocasião do último Fórum Mundial da Água, realizado em Marselha, na França, preocupações com as análises prospectivas sobre a demanda crescente e, de modo especial, com o consumo da água para a produção de alimentos.
Pelas projeções desse evento, prestigiado por 35 mil participantes, nas próximas décadas 3,9 bilhões de pessoas, correspondentes a 40% da população mundial, viverão em áreas de bacias hidrográficas afetadas pela poluição e por secas inevitáveis. O fórum concentrou suas discussões na busca do controle da demanda deste recurso natural, diante da perspectiva de crescimento exponencial, de 55%, até 2050.
Os estudos do corpo técnico da OCDE não são animadores, porque cerca de 1 bilhão de pessoas vivem em centros urbanos sem acesso à água potável. Como a tendência é pela expansão desordenada das cidades, principalmente nos países em desenvolvimento, o problema tende a ser agravar a cada ano.
Além do mais, paira a previsão pessimista de aumento da temperatura global em 5 graus Celsius. Em razão desse fenômeno, as mudanças climáticas acarretarão transformações no regime das chuvas, provocando, em consequência, estiagens até em regiões marcadas por elevada pluviosidade. Assim, a Amazônia pode sofrer seca constante e o semiárido se tornar um deserto.
A delegação brasileira no Fórum Mundial da Água questionou a pouca relevância atribuída ao tema na agenda para a Rio+20, conferência do meio ambiente programada para junho, no Rio de janeiro. Na oportunidade, a representação nacional defendeu a criação de um organismo mundial para melhorar a distribuição da água entre os países, evitando, desse modo, a escassez, o desperdício e os conflitos gerados pela demanda.
A proposta brasileira, em parte, atende às colocações feitas no fórum, segundo as quais, os países em desenvolvimento responderão por boa parte do aumento do consumo da água. Conforme os dados revelados pela OCDE, o bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, acrescido pela Indonésia, responderá por mais da metade do consumo mundial de água em 2050.
O demanda excessiva pertence aos países desenvolvidos, em razão de seu modelo de produção de riqueza. Essas ilações em relação às economias em desenvolvimento poderão ser parte das pressões para inibir seu crescimento acelerado no âmbito do terceiro mundo.
O Brasil, de modo particular, apresenta situação razoavelmente confortável no futuro por ser detentor de 12% da água doce superficial do Planeta. Além do mais, somente 4% da população brasileira concentram-se na Bacia Amazônica, onde estão 70% da água doce do território nacional. Há outra particularidade: pelo espaço interno circulam 18% de toda a água doce da Terra.
O que precisa ser modificado, logo, é o desperdício de água verificado na agricultura e na produção industrial. Ao mesmo tempo, deve-se promover a criação de comitês de bacias hidrográficas, estabelecendo a governança e a reutilização dos mananciais hídricos.
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