Ecologia e visão social
O programa experimental de “peixamento“ das lagoas de Fortaleza pelo Dnocs deve ser incentivado e melhor planejado
10 Set 2009 - 00h58min
O Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) está realizando um programa de “peixamento“ de várias lagoas da Região Metropolitana de Fortaleza. A iniciativa tem um marcado cunho social e ambiental e pode dar bons resultados se for bem planejada.
O “peixamento“, como o nome sugere, é a prática de aumentar a população de peixes em determinada bacia hidrográfica. A iniciativa tem em vista tanto o aspecto ambiental, no sentido de repovoar rios e lagoas com espécies nativas em perigo de extinção; como o sentido social, de suprir as carências nutritivas das populações mais desfavorecidas, através da pesca, principalmente nos açudes.
A iniciativa a que estamos nos referindo consta da distribuição de mais de 120 mil alevinos (filhotes de peixe) por 12 lagoas. As espécies contempladas são a tilápia e a carpa, que têm crescimento e reprodução mais rápidos. Trata-se de dar vazão à produção Estação de Piscicultura Waldemar Carneiro de França do Dnocs, em Maranguape, que está orientada justamente para essa tarefa: possibilitar a criação de peixes nas lagoas da capital para ajudar no cardápio das famílias mais carentes.
Há necessidade, porém, da participação da comunidade no monitoramento desse processo. Os alevinos das espécies que estão sendo difundidas levam pelo menos seis meses para alcançarem o tamanho ideal para consumo. Como é comum a utilização da rede pesca em lagoas, inevitavelmente ocorrerá a captura de peixes ainda imaturos. Isso poderá comprometer o alcance do objetivo final, caso os alevinos não consigam desenvolver-se e atingir o tamanho minimamente exigido para o consumo. Assim, todo o trabalho do Dnocs iria por águas abaixo.
Além da conscientização dos próprios membros da comunidade para evitar a pesca predatória, há necessidade de medidas normativas e técnicas. As primeiras têm como fito garantir que a produção beneficie a comunidade inteira, e não seja apropriada apenas por alguns, com o sentido comercial. É claro que não se vai impedir que alguém complemente sua renda, vendendo o pescado. Mas, se deve evitar que a produção seja açambarcada exclusivamente por alguns.
Quanto às medidas técnicas, será preciso encontrar uma forma objetiva de preservar os alevinos até que possam alcançar o tamanho mínimo (talvez, isolando uma parte da lagoa, onde a pesca seria proibida, até que os espécimes atingissem um desenvolvimento mínimo). A outra é evitar que espécies predatórias sejam transplantadas para áreas em que existam espécies nativas que posam ficar vulneráveis aos seus ataques. Isso provocaria um desequilíbrio ecológico.
Enfim, a iniciativa do Dnocs é boa e deve ser incentivada, mas não deve vir à margem da participação e conscientização da própria comunidad
O “peixamento“, como o nome sugere, é a prática de aumentar a população de peixes em determinada bacia hidrográfica. A iniciativa tem em vista tanto o aspecto ambiental, no sentido de repovoar rios e lagoas com espécies nativas em perigo de extinção; como o sentido social, de suprir as carências nutritivas das populações mais desfavorecidas, através da pesca, principalmente nos açudes.
A iniciativa a que estamos nos referindo consta da distribuição de mais de 120 mil alevinos (filhotes de peixe) por 12 lagoas. As espécies contempladas são a tilápia e a carpa, que têm crescimento e reprodução mais rápidos. Trata-se de dar vazão à produção Estação de Piscicultura Waldemar Carneiro de França do Dnocs, em Maranguape, que está orientada justamente para essa tarefa: possibilitar a criação de peixes nas lagoas da capital para ajudar no cardápio das famílias mais carentes.
Há necessidade, porém, da participação da comunidade no monitoramento desse processo. Os alevinos das espécies que estão sendo difundidas levam pelo menos seis meses para alcançarem o tamanho ideal para consumo. Como é comum a utilização da rede pesca em lagoas, inevitavelmente ocorrerá a captura de peixes ainda imaturos. Isso poderá comprometer o alcance do objetivo final, caso os alevinos não consigam desenvolver-se e atingir o tamanho minimamente exigido para o consumo. Assim, todo o trabalho do Dnocs iria por águas abaixo.
Além da conscientização dos próprios membros da comunidade para evitar a pesca predatória, há necessidade de medidas normativas e técnicas. As primeiras têm como fito garantir que a produção beneficie a comunidade inteira, e não seja apropriada apenas por alguns, com o sentido comercial. É claro que não se vai impedir que alguém complemente sua renda, vendendo o pescado. Mas, se deve evitar que a produção seja açambarcada exclusivamente por alguns.
Quanto às medidas técnicas, será preciso encontrar uma forma objetiva de preservar os alevinos até que possam alcançar o tamanho mínimo (talvez, isolando uma parte da lagoa, onde a pesca seria proibida, até que os espécimes atingissem um desenvolvimento mínimo). A outra é evitar que espécies predatórias sejam transplantadas para áreas em que existam espécies nativas que posam ficar vulneráveis aos seus ataques. Isso provocaria um desequilíbrio ecológico.
Enfim, a iniciativa do Dnocs é boa e deve ser incentivada, mas não deve vir à margem da participação e conscientização da própria comunidad
Nenhum comentário:
Postar um comentário